Para além do minério

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No último dia 13 do mês de março, ocorreu importante encontro na “capital do minério” e que tem influência direta sobre o futuro de Parauapebas. A secretaria Municipal de Desenvolvimento, criada em 2001, e tem como principal função a promoção de ações integradas com outras pastas que visem o desenvolvimento sustentável, diversificação produtiva e geração de emprego e renda. A Seden liderou uma pauta de suma importância: o esperado distrito industrial, que até então, se apresenta como principal instrumento de mudança na matriz econômica, diminuindo, talvez, consideravelmente a dependência do setor mineral, já em franco processo de declínio.

Segundo as informações divulgadas pela Ascom da PMP, com base no que foi acordado e pautado na reunião que contou com a presença de representantes da Seden, Saaep e Celpa, ainda neste semestre, o aguardado Distrito Industrial de Parauapebas (DIP) deverá contar com toda a infraestrutura básica para que esteja funcionando (fornecimento de água e tratamento de esgoto, energia elétrica e sinal de internet).

Segundo informe publicitário do Palácio do Morro dos Ventos: “sete empresas de médio e grande porte estão instaladas no DIP – entre as quais uma é multinacional – e outras duas estão se instalando, assim como uma empresa de terraplenagem. Todas estão ali porque apostam no potencial do município e que, para funcionar, compraram geradores de energia que custam mais de R$ 100 mil e perfuraram poços artesianos”, segundo a nota.

O coordenador do DIP, João Maciel, estima que, em quatro anos, o distrito já estará com 15 empresas em pleno funcionamento. Com uma área de 40 alqueires, no Km 24 da PA-160, o Distrito está localizado em um ponto estratégico para qualquer bom empreendedor: entre as minas de ferro, de Parauapebas, e as de cobre, de Canaã dos Carajás.

A referida pretensão do reduto industrial começou em 2005, quando foi feito levantamento de áreas em potencial para receber tal empreendimento. Em julho de 2014, o então prefeito Valmir Mariano juntamente com o seu secretário de Planejamento e Gestão, estiveram na sede da Vale, localizada no Rio de Janeiro, para tratar do assunto, iniciando a partir do encontro outros desdobramentos sobre a pauta. Três anos se passaram e o DIP praticamente se manteve como da época da estada do ex-prefeito na “cidade maravilhosa”.

O Distrito funciona de forma mínima, bem longe de sua capacidade de produção e geração de emprego e renda. A infraestrutura (pauta da reunião e o principal gargalo para o pleno funcionamento) ainda está longe do ideal, ou que se torne atrativo aos investidores.

Ou seja, estamos diante da primeira grande e real alternativa prática para diminuir a dependência da extração mineral? De fato, o DIP será a ferramenta de mudança dos rumos econômicos parauapebenses a médio prazo? Uma válvula de esperança para a aproximação do fim das reservas, cada vez mais próximas?

Não há o que esperar. Até 2020, Parauapebas já deverá colocar em funcionamento outras matrizes econômicas que, pelo menos, redistribuem os recursos arrecadados pela prefeitura, os empregos e dinâmica econômica. Pelo bem da cada vez menos “capital do minério”. Parauapebas conseguirá resistir a triste e penosa lógica da maldição dos recursos naturais? A história nos diz que não.

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