A Escola vazia

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Talvez não exista nada mais sem sentido, ou sem graça, do que uma escola vazia. E não digo isso pela ausência de equipamentos, estrutura. Me refiro a pessoas, em especial os alunos.

Um professor ao circular em um ambiente escolar sem alunos, é como andar em um cemitério. O silêncio reina. Mas isso não combina com uma escola. Essa reflexão ocorreu ao andar em uma das escola que trabalho, percorrer seus corredores e blocos, e sentir um vazio. Tive a oportunidade de escutar o ruido do solado de meu sapato ao tocar o cimento do chão, e outros ruídos que seriam inaudíveis em uma escola em dia normal, ou seja, com alunos. Cheguei a escutar, sem exageros, a batida de meu coração, tamanho era o silêncio.

Vivi e vivo essa experiência a cada início de ano letivo, por ocasião da jornada pedagógica. Pode parecer demagogia, mas não é. O barulho, os movimentos, a dinâmica provocados pelos alunos, faz falta. Pelo menos aos que escolheram verdadeiramente a docência como ofício. Sem alunos a escola fica sem graça, sem sentido. Não há ambiente escolar sem alunos. Comparando anatomicamente, a escola sem alunos, seria um corpo sem o seu principal órgão: o coração.

A escola em movimento é vida. E isso não se resume apenas aos dias letivos, mas a diversas atividades que podem ser executadas, geralmente aos fins de semana. Projetos como “Escola de Portas Abertas”, entre outros, mantém a escola funcionando até nos fins de semana. Em uma visão educacional moderna, integracionista, a escola foi feita também para isso: promover a socialização entre pessoas da comunidade que aquele ambiente escolar está territorialmente inserido.

A escola sem alunos, nada mais é do que uma estrutura física sem vida. Sem eles, ela não tem sentido de existir. Não passa de um emaranhado de cimento, ferro, pedra, areia e madeira.

Nenhuma escola pode ser ou ficar vazia. Ela é vida, movimento e o reúne dentro de si a construção de futuro de uma nação. Sejam bem-vindos, alunos. A escola é de vocês e precisa de vocês para ter sentido de existir.

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