A esquizofrênica base governista estadual em Carajás

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Na semana passada acompanhei o pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa (Alepa) do deputado Gesmar Costa (PSD). O referido parlamentar teceu duras críticas ao governo de Simão Jatene, que, aliás, o parlamentar é aliado. Seu partido, PSD, tornou-se a principal legenda de sustentação dos tucanos no Pará, desbancando o aliado histórico PFL, hoje DEM.

Gesmar reafirmou a velha retórica de descaso que a região de Carajás sofre da classe política de Belém, que controla a máquina pública estadual há décadas. No discurso, o deputado cobrou ações, políticas públicas e reconhecimento por parte do governo de Simão Jatene, que não foi citado nominalmente pelo parlamentar em seu discurso. Gesmar cobra publicamente porque sabe que o próximo pleito eleitoral se aproxima e ele precisa mostrar “serviço” para os seus eleitores, caso queria continuar na Alepa e se fortalecer como o principal nome da oposição ao prefeito Darci Lermen na disputa municipal, em 2020.

O discurso inflamado de Gesmar Costa é algo que cria desconforto na base governista e ao mesmo tempo um processo esquizofrênico. Independente de qualquer ação, ou mudança de postura do governo para com as regiões sul e sudeste do Pará, terá pouco ou quase nenhuma interferência na disputa eleitoral do próximo ano, pois, Gesmar Costa apoiará – sem dúvida – o candidato escolhido por Jatene. Portanto, o duradouro descaso com Carajás será colocado em segundo plano (como sempre ocorreu nas disputas eleitorais por parte da situação e seus apoiadores), para quem sabe, retornar a futura pauta política. O PSDB e sua base de apoio sabe que Jatene é “persona non grata” na maioria dos municípios do sul e sudeste e que isso dificilmente se reverterá já para 2018.

Como Gesmar Costa pedirá ou apoiará perante seus eleitores locais a continuação de uma gestão que nada fez pela região?  Como apoiar um grupo político que o parlamentar tanto criticou mesmo sendo da base? Em 2018 será interessante acompanhar essa esquizofrenia da base governista. Aguardem.

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