A “novela” da reforma da escola Irmã Dulce continua. Até quando governador?

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O Bairro da Paz surgiu no início da década de 1990, resultado da maior ocupação urbana já realizada na história de Parauapebas. Até então só existiam os Bairros Rio Verde, Cidade Nova e União. Até 1987, Parauapebas era apenas uma Vila/Distrito, do município de Marabá, e tornou-se município no dia 10 de maio de 1988, quando aconteceu a primeira eleição para prefeito da cidade. A extração mineral projetada pela Vale do Rio Doce atraiu a vinda de centenas de pessoas diariamente para a cidade, motivo que influenciou no aumento acelerado da população, em busca de empregos gerados pelas empresas responsáveis pela construção das obras de infraestrutura de implantação do Projeto Grande Carajás, bem como aos projetos de colonização, desenvolvido pelo antigo GETAT (Grupo Executivo de Terras do Araguaia – Tocantins).

Como muitas famílias não tiveram a garantia de emprego e renda de imediato, decidiram se organizar para lutar por terra e moradia. Em julho 1988, dezenas de famílias ocuparam a fazenda “Serraria”, como uma alternativa de garantir o direito à moradia, hoje Bairro da Paz, um dos maiores da cidade.

No citado bairro está inserido o objeto deste artigo de opinião: Escola Estadual Irmã Dulce. Em 1991, um ano após a ocupação do bairro, deu-se início as atividades letivas naquela unidade escolar, inicialmente no Barracão da Associação de Moradores e Clube de Mães do Bairro, atendendo crianças e jovens do Ensino Fundamental, que contou com a participação de líderes comunitários que reivindicavam, do Poder Público, escola para atender a demanda educacional da comunidade. A princípio a escola recebeu o nome de Júlia Barbalho (mãe governador, naquele momento, Jader Barbalho). As condições físicas e pedagógicas eram precárias, mas não foi motivo de desânimo para a comunidade que tinha a consciência do valor da escola para as famílias do Bairro da Paz.

Em 29 de abril de 1993, líderes representantes de organizações da comunidade se reuniram na sede do Clube de Mães para escolher um novo nome para a Escola. O nome Irmã Dulce foi escolhido numa reunião composta de 14 lideranças comunitárias. Nessa ocasião foram cogitados três nomes: Ulisses Guimarães, Tancredo Neves e Irmã Dulce, sendo que Irmã Dulce o nome eleito, em homenagem a uma religiosa brasileira que viveu em favor da causa das pessoas necessitadas, inclusive adotando menores abandonados.

Depois de alguns anos esperando a reforma estrutural, parecia que enfim o imbróglio teria uma resolução, pois o governador eleito Helder Barbalho prometeu que a intervenção naquele importante estabelecimento de ensino estava entre as suas prioridades.

Em janeiro (17) deste ano, o Blog postou uma matéria sobre a visita do prefeito Darci Lermen ao gabinete do mandatário estadual, com intuito de resolver a questão, entre outras providências. Na ocasião, foi firmado que a reforma e entrega aconteceria ainda no primeiro semestre de 2020, esta sendo tratada como prioridade para o Governo do Estado. No encontro ainda foi anunciado a construção de uma nova escola no bairro Cidade Jardim, cujo terreno já havia sido foi adquirido pela prefeitura.

Pois bem, prestes a completar um ano da tal promessa do governador, nada foi feito. A escola continua sem funcionar e as obras de reparo estrutural (prometidas para o fim do primeiro semestre do ano corrente) continuam em “banho maria”. Enquanto isso, centenas de estudantes ficam a espera de uma resolução para o caso.

Enquanto essa matéria estava sendo produzida, o mandatário estadual desembarcava em nossa região (Curionópolis e Parauapebas). Bem que o governador poderia aproveitar a estada rápida e visitar a escola Irmã Dulce, para in loco possa acompanhar o descumprimento do próprio compromisso firmado e dar satisfação aos moradores de Parauapebas, em especial aos estudantes do ensino médio.

Nota: o Blog entrou em contato com o setor de comunicação da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), porém até o fechamento desta matéria não obtivemos retorno. O espaço está aberto para que o governo se manifeste sobre a situação.

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