A perigosa estratégia do ataque direto

O jornal Diário do Pará vem de forma sistemática atacando o candidato do DEM ao governo do Pará, Márcio Miranda. Os ataques começaram desde quando o presidente da Alepa foi escolhido pelo governador Simão Jatene, em outubro de 2017, para ser o seu sucessor. As investidas tornaram-se mais incisivas quando Miranda foi definido oficialmente, ainda em abril. Em junho, escrevi sobre a questão (leia aqui), quando o citado periódico diário da Família Barbalho emitia ataques sucessivos ao presidente do Poder Legislativo paraense, concentrados nas edições dominicais, por conta do maior volume de vendagem.

Os ataques ao candidato do governador Jatene, parecem não surtir o efeito desejado. Miranda vem crescendo a cada pesquisa divulgada. O objetivo dos ataques é associá-lo aos malfeitos da política. Enquadrá-lo como “ficha suja”, buscando nivelar por baixo a disputa, tirando do candidato do DEM a aura que o envolve e o blinda quando o assunto é corrupção (isso faz parte da estratégia do próprio candidato, para diferenciá-lo dos demais, o que terá que ser derrubado – de alguma forma – por seu principal concorrente, o ex-ministro Helder Barbalho). A questão é saber como e por quais ferramentas de publicidade.

O erro na estratégia de desconstruir o candidato Miranda está na forma intermitente dos ataques. O eleitorado sabe que o jornal Diário do Pará é controlado pelos Barbalho, portanto, a sua pauta é definida conforme interesses do referido clã. As acusações (sempre ocupando a manchete de capa) podem ou não ser verdade, mas para o eleitor, a fonte que as divulga não tem a necessária credibilidade ou imparcialidade para tal, justamente por ser ligado umbilicalmente aos interesses políticos de seus donos. 

Sendo assim, o jornal Diário do Pará está servindo muito mais como um canal de promoção ao nome de Márcio Miranda. E pelo visto está funcionando favoravelmente ao presidente da Alepa. A estratégia deveria ser: continuar a mostrar as mazelas sociais do Pará, mantidas e até aprofundadas pela dinastia tucana, que governa o Pará há duas décadas; ligar a imagem de Márcio Miranda a esse grupo de poder; associá-lo a manutenção do atual modelo de governo e desenvolvimento, caso o democrata ganhe; fazer o eleitorado perceber que Miranda é Jatene, portanto, nada ou pouco mudará na forma de gerir o Estado.

Ataques à pessoa já estão comprovados que podem ter efeito reverso. O eleitorado tem a percepção que isso é desespero e pouco contribui ao debate político, sobretudo, em um estado tomado por desigualdades sociais.

O Diário do Pará continuará a “vender” o nome de Márcio Miranda no atual formato que é favorável ao candidato? Ou deixará de fazer a estratégia errada e passará – de fato – a fazer o papel jornalístico que lhe cabe: o de mostrar os problemas sociais vividos pelo Pará, apontando ações que visem diminuir esse cenário penoso? O jornal do porte do Diário do Pará não pode se resumir a atender quase que exclusivamente os interesses de seus donos. Jornalismo é mais do que isso.

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