A retórica da Segup

 Já se tornou um processo dialético cansativo e até redundante afirmar que o cenário da segurança pública no estado do Pará é caótico, e que sob as gestões do PSDB a área só piorou. Os dados (oficiais ou não – produzidos por organismos internacionais e nacionais, além de entidades que estudam o referido tema) comprovam através de suas estatísticas o caos. Pois bem, no chamado “apagar das luzes” da política, faltando menos de dois meses para o encerramento do governo de Simão Jatene, e com ele o fim da dinastia tucana de 20 anos, 16 de forma ininterrupta, a Secretária de Segurança e Defesa Social (Segup) esteve na última quarta-feira (07), na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).

A cúpula da Segurança foi tratar junto aos deputados daquela Casa, a questão dos investimentos na área de inteligência para investigações de casos como as recentes ocorrências no bairro do Tapanã e ações preventivas no combate ao crime organizado. Segundo o que foi divulgado pela jornalista Franssinete Florenzano em seu blog, na ocasião, foi apresentado o Portal da Transparência da Segurança Pública, que contará com informações e índices do setor, com acesso livre a todos os cidadãos.

Entre os principais investimentos, foi apontado o fortalecimento do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) e do Grupamento Fluvial, para chegar aos pontos mais distantes e de difícil acesso no Pará, bem como a entrega de nova Delegacia da Mulher e uma Divisão de Atendimento à Criança e ao Adolescente em Ananindeua, a criação de uma Divisão de Homicídios de Agentes Públicos, destinada a apurar mortes ou atentados sobretudo de policiais; a implantação do Centro Estadual Integrado de Inteligência; o fortalecimento das 28 Guardas Municipais existentes no Pará, com a aquisição de equipamentos de segurança e viaturas; entrega de 11 casas penais e 12 unidades em construção, entre outros.

A Segup atribui ao reforço do policiamento ostensivo, com o ingresso de 2.849 novos PMs e 616 policiais civis, além do investimento em equipamentos e veículos novos, a diminuição em 21% no número de roubos de 2017 para 2018, de 1º de janeiro a 6 de novembro, em todo o Estado. Nos homicídios a redução geral até 6 de novembro é de 5%. Quase o dobro da meta nacional do Ministério da Segurança Pública, que era de 3,5% para o País.

Após essa apresentação na sede do Poder Legislativo paraense, poderia – por um momento – pensar que há um exagero, até certo sensacionalismo, jogo político da oposição ao governo Jatene. Mas mesmo com os números e ações apresentadas, na prática, não se percebe a melhoria em nada. Os números da Segup apontam redução no número de roubos e homicídios, mas o volume em que ambos ocorrem são alarmantes. A cúpula da Segurança não apresentou nada referente a um grave problema que toma conta das principais cidades brasileiras, em especial, a capital paraense: milícias.

Apesar da retórica do Estado, definitivamente na questão da segurança pública não há o que comemorar. O Pará está mergulhado no caos e o governador Simão Jatene deixará um grande problema (talvez o maior deles a nova gestão) sem premissas de solução – pelo menos a curto prazo – ao governador eleito Helder Barbalho.

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