A segurança pública no centro da disputa eleitoral

Em sua edição do último domingo (22), o jornal Diário do Pará, além da sua esperada manchete (segurança pública, haja vista, o caos que a referida área vive) – “Número de presos é o dobro da capacidade dos presídios do Pará”, o periódico dos Barbalho apresentou em sua segunda página (A2), um longo editorial com o título: “As 8 mentiras de Jatene sobre a segurança pública”.

Em um vídeo divulgado no seu Facebook no último sábado (14), em que o governador não assume a incapacidade de sua gestão no combate à violência, e ainda enumerou diversos pontos em que justifica o atual nível de violência que assola os milhões de paraenses.

“Parceria”

O primeiro ponto diz respeito a afirmação de que Simão realizou parcerias na área da segurança pública com outros órgãos. O que se sabe, na prática, foi a ausência de acordos institucionais, sobretudo, com o governo federal. É sabido que a União sempre colocou à disposição do mandatário estadual a Força Nacional, e o serviço de inteligência da Polícia Federal. Jatene sempre recusou.

“Centro Integrado contra o Crime”

Em recentes aparições públicas, o governador ao ser questionado sobre os preocupantes níveis de violência, promovia a sua retórica com a afirmação de que existe um centro integrado de combate à violência. Uma falácia. Tal órgão não existe nem no papel, segundo o que foi apurado pelo jornal Diário do Pará.

“É um problema nacional e do Governo Federal”

No vídeo postado em sua página no Facebook, Jatene deixa claro que o caos na segurança pública no Pará, é nacional. Que todos os entes federativos estão passando por tal situação. Em uma rápida pesquisa, percebe-se que isso não é verdade. Existem estados que estão em situação igual ou em nível de insegurança muito inferior ao Pará. O que falta no caso paraense é um amplo projeto de ação integrada de combate ostensivamente ao crime, com o suporte de políticas sociais

“Conotação política”

No vídeo, Simão afirma que a oposição, assim como veículos de comunicação contrários à sua gestão, estariam se aproveitando da situação e promovendo “terrorismo”. Deixando de lado o sensacionalismo que o jornal Diário do Pará sempre fez em relação à violência, essa afirmação de Jatene por si só não se sustenta. A violência é latente, real, vivida e sentida diariamente. Conforme já abordado por este blog, o orçamento para a área da segurança vem diminuindo homeopaticamente, o que torna mais problemático a sua gestão e a operacionalização por parte dos agentes públicos da referida área.

Por mais que a cúpula do governo afirme que tudo está sob controle, sabe-se que não. A realidade e os números falam por si. Os dados revelam um cenário de guerra civil. Segundo dados da Secretária de Segurança Pública, só nos últimos oito anos (tempo de duração das duas últimas duas gestões de Simão), 10 mil mortes violentas foram registradas no Pará. Segundo dados oficiais, cerca de 80% destas mortes não foram solucionadas. No balanço governamental, em média, 14 pessoas são assassinadas diariamente. O ano de 2018 promete ser o mais violento entre todos da dinastia tucana (duas décadas, 16 anos ininterruptos). Sem falar na recorrente insatisfação de grande parte da tropa, sobretudo os “praças” (sargento, cabo e soldado).

A questão da segurança pública será o principal tema dentro da disputa eleitoral que se aproxima. Neste sentido, quem leva vantagem é o ex-ministro Helder Barbalho em relação a Márcio Miranda, que tentará defender o legado tucano na campanha, com a esperada estratégia do “fazer mais”. Em meio ao faroeste que se tornou o Pará, a disputa eleitoral toma forma. Salve-se quem puder.

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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