A Vale em “céu de brigadeiro”

No fim do mês de março de 2017, o mercado financeiro foi comunicado que a Vale havia definido o seu novo diretor-presidente, em substituição a Murilo Ferreira, cuja a saída já havia sido anunciada com bastante antecedência. O escolhido havia sido Fábio Schvartsman, CEO da Klabin; definido através de um longo e detalhado processo de seleção, conforme anunciado pela própria mineradora. A Vale decidiu contratar uma empresa internacional de seleção de executivos, a famosa Spencer Stuart, para ajudar no processo de escolha de seu novo mandatário – conforme anunciado pelo blog em diversos textos (em um total de cinco publicações sobre o tema), no decorrer de 2017.

Fábio Schvartsman, tornou-se presidente da segunda maior mineradora do mundo, não só por sua reconhecida competência, mas por conta do forte lobby político. Coube ao senador Aécio Neves (PSDB) indicar quem deveria assumir o comando da Vale. O maior desafio do novo presidente seria a diminuição do alto endividamento que a referida mineradora se encontrava, em abril de 2017. As dívidas chegaram a US$ 22 bilhões.  

A primeira medida foi a de expandir os seus negócios mirando oportunidades de fusões, aquisições e estratégias para diversificar seu portfólio; buscando diminuir a forte dependência do minério de ferro. Na época, Fábio, afirmou: “Apesar da alta qualidade dos ativos de minério de ferro da companhia e da alta lucratividade dessa unidade de negócios, o fato de todos os ovos estarem na mesma cesta é um importante risco de longo prazo para a companhia”. A Vale também contratou a consultoria Falconi para avaliar sua matriz de custos e identificar potenciais cortes; o que foi ocorrendo no decorrer do ano passado.

O ano de 2017 foi fundamental para que Schvartsman pudesse realizar o seu maior objetivo: além de significativos cortes no custeio (com elevado nível de desligamentos funcionais) e paralisação na política de investimentos; a mineradora viu os seus balanços trimestrais baterem recordes, com grande contribuição da antecipação do aumento da produção do S11D, em Canaã dos Carajás.

Com as medidas realizadas, o nível de endividamento fechou o ano de 2017 na casa dos 17 bilhões de dólares, acima da meta pretendida de US$ 15 bilhões. Para 2018, a meta seria fechar o ano em 10 bilhões de “verdinhas americanas” de montante de dívida. Conforme divulgado pelo jornal “Valor”, atualmente a dívida da Vale está em US$ 11,5 bilhões (com atualização até o dia 30 de junho). Portanto, deverá ficar abaixo da meta para o ano corrente, o que é um grande feito, ainda mais para Schvartsman, que tinha como função principal ao assumir o comando da mineradora, a diminuição gradativa do endividamento, até chegar próximo de zero.

Para completar o cenário favorável aos seus acionistas, anteontem (25), a Vale anunciou ao mercado que comprará (na verdade, recomprará) ações no montante de US$ 1 bilhão no decorrer de um ano, portanto, com média de recomposição acionária na ordem de 120 milhões de dólares a cada 30 dias. Essa ação de recomprar ativos acionários não acontecia desde 2011, fruto – segundo informações do referido jornal – de um caixa livre na ordem de 3,1 bilhões de dólares, o maior dos últimos dez anos.

Pelo visto, a Vale continua se valorizando, alicerçada na redução de custos, inclusive na produção, como no caso do S11D. Isso tudo só foi possível – conforme o que escrevi no ano passado – porque a Vale está cada vez menos dependente do minério de ferro, além de promover a expansão de seu portfólio para diversas áreas. A Vale é uma mineradora, cada vez menos mineradora.

#veja mais

Pará reduz a criminalidade e tem melhor mês do ano na linha histórica desde 2010

Mais uma vez, o Pará registra uma queda histórica nos indicadores de criminalidade, com a redução de 54,61% nos Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI),

Bonde do PL no Pará

A recente filiação do presidente Jair Bolsonaro ao Partido Liberal (PL) inevitavelmente mexeria com a estrutura da legenda em todo o território nacional. No Pará,

Eleições 2024: os apoios de João Campos e Dr. Furlan à campanha de Igor Normando. A “pisa”. Tem método

Na noite de ontem, 21, cerca de 20 mil pessoas se reuniram na Aldeia Amazônica para participar do comício de Igor Normando. Deputados estaduais, federais,

Darci Lermen acima do bem e do mal?

Ontem (16), mais uma vez, Parauapebas voltou a ser alvo de operação policial e cumprimento de determinações judiciais. A operação batizada de “Timóteo”, no Pará,

Senado define expediente de três dias na semana e três semanas no mês

Uma decisão unânime dos líderes do Senado Federal definiu que as votações em Plenário só serão realizadas entre terça-feira e quinta-feira. O encontro foi na

Freio Constitucional ao STF

O Senado Federal deve votar agora em novembro a PEC 8 de 2021, que limita os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF). O texto já