Conforme tratado por diversas vezes pelo Blog do Branco, a questão da segurança pública tornou-se a principal pauta da eleição ao governo do Pará, em 2018, disputa protagonizada por Helder Barbalho (MDB) e Márcio Miranda (DEM). O então candidato emedebista venceu aquele pleito.
Logo ao sentar na cadeira mais importante da política paraense, Helder implementou ações de combate à criminalidade, que à época apresentava estatísticas lamentáveis. Retirou um volume considerável de policiais militares de postos administrativos, colocando-os nas ruas para patrulhamento ostensivo; promoveu concurso público para aumentar o insuficiente efetivo da Polícia Militar (cerca de 16 mil homens, abaixo do recomendado que seria – tendo como base o quantitativo populacional paraense – de 25 mil PMs) e solicitou o apoio da Força Nacional. Ainda dentro do escopo da segurança, reestruturou o setor penitenciário, dando autonomia ao criar uma secretaria especifica.
Elegendo como principal meta de seu governo, Helder assumiu o risco político. Como tratado no Blog do Branco, a segurança pública é uma área sensível, instável, que a qualquer momento, pode sofrer abalos. De todo modo, até aqui, faltando um ano para a próxima eleição, o saldo é positivo. A segurança pública no Pará está melhor. Diversos segmentos apresentam números melhores do que os registrados há quatro anos.
Nas primeiras semanas de janeiro, quando o novo governo estava se “ajeitando”, Helder recebeu o delegado federal José Beltrame, ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro. O responsável pelo famoso e polêmico projeto Unidade de Polícia Pacificadora, as UPPs. Cogitava-se em implementar aqui algo parecido, por isso, o convite para que o agente pudesse explicar a sua experiência, os erros e acertos.
Helder não quis seguir à risca (como tratado no Blog do Branco) à época. Se definiu algo que pudesse não ser conhecido como política de repressão, mas que tivesse como alicerce a questão social (o que ficou claro um dos maiores fracassos da política carioca, inviabilizando as UPPs), que a médio prazo transformaria os locais de implementação desses projetos. Assim, nascia o programa “Território de Paz”, com proposta de articulação de ações de segurança pública e de cidadania nas áreas: Guamá, Jurunas, Terra Firme, Benguí e Cabanagem (bairros de Belém); Icuí (Ananindeua) e Nova União (Marituba), todos com alarmantes níveis de violência, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (Segup). A etapa seguinte foi expandir para diversos outros municípios além dos que compõe a Região Metropolitana de Belém (RMB).
No último dia 20, foi entregue no município de Ananindeua o complexo comunitário chamado Usina da Paz, dentro do programa Territórios pela Paz (TerPaz). Mais de 80 serviços gratuitos serão disponibilizados pelas secretarias e órgãos do Estado, como espaços para atividades esportivas; salas de audiovisual e inclusão digital; atendimento médico e odontológico; consultoria jurídica; emissão de documentos; ações de segurança; capacitação técnica e profissionalizante; espaço multiuso para feiras, eventos e encontros da comunidade. Localizada na Estrada do bairro Icuí-Guajará, um dos mais violentos do citado município.
Outras usinas estão em fase de construção e deverão ser entregues nos próximos meses. O projeto tornou-se o carro-chefe do governo e será a sua vitrine na próxima eleição. Os dados estatísticos até aqui são favoráveis.