A propaganda oficial da Prefeitura de Ananindeua apresenta uma cidade que não existe no dia-a-dia das pessoas. O caso do lixo é o mais sério e problemático. O município enfrenta uma dívida de mais de R$ 42 milhões com empresas de coleta de lixo, que estão há meses sem receber. Amontoados de resíduos se acumulam e fazem parte, infelizmente, do cotidiano das pessoas. A questão é séria porque envolve diretamente a saúde pública dos ananindeuenses.
Se não bastasse só isso, na área de atendimento em Saúde, se descobriu que o Hospital Anita Gerosa vai encerrar o atendimento neonatal pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por falta de pagamento da Prefeitura de Ananindeua, em que a unidade hospitalar em questão é referência. A suspensão do serviço de atendimento irá gerar cerca de 200 demissões. O Anita Gerosa faz em média 200 partos por mês, que agora serão suspensos por falta de pagamento, provocando sobrecarga ao sistema de atendimento em outros hospitais.
A questão do não pagamento do Hospital Anita Gerosa tem um pano de fundo político, segundo fontes ligadas ao Blog do Branco. O imbróglio da falta de pagamento não é nova, vem desde quando Daniel Santos era vereador, justamente por conta do mesmo ser dono de unidade hospitalar no município, assim como o deputado estadual Erick Monteiro e o ex-deputado estadual Luiz Sefer, que tinham prioridade no recebimento de recursos, segundo informou uma pessoa de dentro da Secretaria Municipal de Ananindeua.
Com o fechamento da maternidade do Anita Gerosa, Ananindeua só contará – via SUS – com o atendimento do Hospital Santa Maria, este que pertenceu ao atual prefeito. O que se fala é que o caso que envolve o Anite Gerosa é uma retaliação com objetivo de forçar a referida unidade hospitalar de fechar as portas.
Com a justificativa de diminuir gastos na folha de pagamento, o prefeito Daniel Santos determinou a exoneração de cerca de mil comissionados. Porém, fontes garante ao Blog do Branco que tal medida foi para “limpar” os indicados de vereadores que perderam a eleição ou que passaram para a oposição. Sobre o fato, este veículo ainda levanta novas informações.
Empréstimos
Vale lembrar que desde quando Daniel Santos assumiu como prefeito de Ananindeua, em 2021, o município tomou de empréstimos em apenas duas instituições (Banco do Brasil e Bradesco) o montante de R$ 631,8 milhões. Não bastante, no último dia 17, o Diário Oficial trouxe a assinatura do mandatário para mais um montante emprestado junto ao Banco do Brasil, valor que chega a R$ 160 milhões, sob a justificativa de custear despesas de capital previstas no Plano Plurianual (PPA) e na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 e nos anos seguintes.
O contrato tem período de carência de 12 meses, com pagamento em 108 parcelas mensais, ou seja, comprometendo em nove anos o orçamento municipal. Mais um compromisso financeiro firmado em uma gestão com elevado nível de endividamento, que chega a casa dos R$ 500 milhões. Pobre Ananindeua.
Imagem: Fotomontagem