A imagem que acompanha esse artigo de opinião é de, como se diz popularmente “cortar o coração”. Um pai em meio aos escombros segurando a mão de sua filha morta, a espera do resgate. Não há quem se mantenha indiferente à cena. Até o momento de publicação deste texto, 7300 pessoas já haviam perdido a vida na Turquia e na Síria, os dois países dos dois epicentros de dois terremotos. Senão bastasse a desgraça imposta aos sírios por conta de uma guerra civil que parece ser interminável.
A tragédia maior em termos de perda de vidas se deu na Turquia, país que se divide em dois continentes: europeu e asiático. O primeiro terremoto, originado perto da cidade de Gaziantep, teve 7,8 de magnitude e ocorreu às 4h17 de segunda no horário local (22h17 de domingo, no horário de Brasília), enquanto muitas pessoas dormiam. Um segundo terremoto, de 7,5 de magnitude, foi registrado perto da cidade de Kahramanmaras (no sudoeste da Turquia, perto da fronteira com a Síria) às 13h30 de segunda em horário local (7h30 no horário de Brasília). As autoridades disseram “não ser um tremor secundário”.
A falha geológica onde ocorreu o tremor esteve relativamente calma nos últimos tempos. A região não sofria um terremoto de magnitude superior a 7 há mais de 200 anos. Provavelmente por esse motivo, as cidades atingidas não estivessem preparadas para um fenômeno do tipo.
Por outro lado, as tragédias vividas pelos dois países, criou uma onda internacional de solidariedade, em que, até o momento, 52 países enviaram ajuda e outros se mobilizam. O que mostra que o exercício de humanidade ainda existe.
A tragédia, infelizmente, era algo esperado quando se leva em consideração a posição geográfica. Mais um exercício forçado de nossa humanidade colocado à prova.
Foto: Adem Altan/ AFP.