Balanceamento sobre a intermitente guerra entre palestinos e israelenses no Oriente Médio

Quem vos escreve é um professor de geografia. Em minha formação acadêmica, sempre dei maior ênfase em busca de maiores e melhores conhecimentos sobre geopolítica que, na maioria dos casos, é o assunto classificado como o mais interessante entre os acadêmicos da ciência geografia.

Pois bem, o mais novo conflito entre Israel e os palestinos, tendo como ator principal o grupo Hamas, entra hoje, 09, em seu terceiro dia com a contabilidade macabra de mais de 1000 mortos. O que se precisa colocar de forma clara é: quem é o Hamas? De partida, o citado grupo não pode ser resumido como uma agremiação terrorista por si só. Não que não seja ou que suas ações sejam justificadas. Todavia, o Hamas é uma estrutura grande e até, pasmem, complexa.

Vamos entender…

O surgimento do grupo ocorreu após uma revolta popular, em dezembro de 1987, chamada de “Primeira Intifada” ou “Guerra das Pedras”, um levante popular de palestinos contra os judeus, que ocorreu no norte da Faixa de Gaza. Esse conflito se estendeu até 1993, quando foi assinado um acordo de paz entre as partes em Oslo, capital da Noruega. Para que fique claro ao leitor, o Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) se define como um movimento de resistência baseado no Corão (livro sagrado para os muçulmanos). O principal ponto é a instauração de um Estado palestino em toda a área de Israel, que o grupo, inclusive, não reconhece.

O Hamas tem um “braço” político, ou seja, uma ala que disputa eleições, que não segue a linha terrorista. Como partido político, o Hamas liderou dois sucessivos governos da Autoridade Palestina. Em 25 de janeiro de 2006, o partido venceu as eleições para o parlamento Palestino. Vale frisar que Israel fomentou a criação do Hamas, isso mesmo! Tal apoio teve como objetivo combater um outro grupo: Fatah, criado pelo ex-líder da Autoridade Palestina, presidente da Organização para a Libertação da Palestina.

O que estamos acompanhando e ainda iremos acompanhar muito sangue derramado. O front de batalha se concentrará na Faixa de Gaza, um pequeno pedaço de terra, que reúne dois milhões de pessoas, sendo considerado uma das maiores densidades populacionais da Terra, com mais de 5 mil hab./km². Esse fato, infelizmente, fará o conflito se tornar um rio de sangue. Uma população miserável sem poder sair, confinada, mantida retida por bloqueios de Israel e Egito.

A questão pouco falada pela grande mídia é o papel dos israelenses nessa história. Os conflitos mais diretos remontam ao próprio surgimento do Estado de Israel, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948, dando, enfim, uma pátria aos judeus. Todavia, essa questão tornou-se uma bomba-relógio. Sucessivas guerras fizeram com que Israel expandisse indiscriminadamente o seu território para muito além dos limites acordados. Basta uma rápida pesquisa na internet que se comprova o avanço territorial israelense sobre áreas palestinas. Isso pode ser considerado também uma ação que estimula conflitos.

Que fique claro, que nada, absolutamente nada, justifica uma ação terrorista feita pelo Hamas. Todavia, O processo precisa ser ampliado em sua responsabilização. Lamentavelmente, veremos uma carnificina sem precedentes de pessoas inocentes.

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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