A intermitente disputa política entre os dois principais veículos de comunicação do Pará promete atravessar gerações. Não há a mínima possibilidade de trégua ou qualquer aproximação de ambos os lados. Barbalho e Maiorana possuem, ambos, interesses bem distintos, mas com algo em comum: a manutenção de poder e ter o Estado ao lado.
Já abordei a questão diversas vezes. Fiz algumas analogias, comparações, até criei narrativas para a tal disputa. O que torna o processo sempre atual (mesmo sendo repetitivo) são os desdobramentos que seus protagonistas produzem. Neste caso, Jader e Rômulo (neste caso assuntos relacionados ao governador Simão Jatene). O senador peemedebista foi denunciado pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), por desvios na Petrobras.
O caso foi um “prato cheio” para a pauta dos veículos de comunicação dos Maiorana. A denúncia foi apresentada na última quarta-feira (06), e durante três dias foi propagada de forma sistemática. Do outro lado da avenida Almirante Barroso, silêncio, dois dias depois uma nota de Jáder discordando da denúncia.
Dias depois o grupo RBA, como esperado, preparava a sua resposta, réplica à altura do feito pelo lado oposicionista. Em sua matéria de capa deste domingo (10), o Diário do Pará voltou a atacar o governador Jatene. Desta vez, apresentando denúncia em relação à concessão de incentivos fiscais a 1200 empresas ao longo dos últimos anos, sem publicidade desses atos. Segundo o jornal, 15 bilhões de reais podem ter sido desviados por conta desses atos. O Ministério Público já investiga o caso.
No caso das ORM, o objetivo é simples: desgastar a imagem de Jader e Helder. Ambos deverão disputar eleições no próximo ano, respectivamente ao Senado e governo do Pará. Associá-los à operação Lava Jato é a melhor estratégia política e futura eleitoral. Não existe nada pior para os Maiorana do que Helder governador do Pará. Isso irá se refletir diretamente no caixa das ORM, na questão de publicidade. Em meio ao tiroteio verbal, disputa pelo poder, o Pará ostenta os piores índices sociais do Brasil.