Bolsonaro está à vontade. E isso não é bom

Não é de hoje que trato do modus operandi do Bolsonarismo. Há, só aqui, no arquivo deste blog, mais de uma dezena de artigos sobre o tema. E seguindo à lógica do ataque, é justamente quando mais recebo críticas. A ampla maioria delas é desprezível, não vale a pena replicar, justamente por não ter minimamente argumentação, ou quando tem, termina rapidamente e encerra-se com a habitual saída: atacando o PT, ou acusando quem crítica de ser comunista, comedor de criancinhas. 

Bolsonaro se elegeu presidente não querendo ser. Deixou claro em diversas entrevistas que o seu objetivo com a disputa presidencial, era eleger seus filhos (o 01 e 03), o que, de fato, ocorreu. Assumiu sem ter a mínima noção da liturgia do cargo. Se formos levar à risca a Constituição, ele já cometeu diversos crimes de responsabilidade. Já deveria ter sido protocolado na Câmara dos Deputados, pelo menos, dois pedidos de impeachment. A narrativa do presidente é deplorável. Ataca todos que – segundo ele – não comungam de suas ideias. E pior: mente. Deveria – como de fato anunciou em seu discurso após a confirmação de sua vitória nas urnas – apaziguar, trabalhar para unificar o país. Mas não. Faz justamente o contrário. Acirra os lados e mantém (como já dito em outros artigos) um Estado beligerante, o que tem método, pois alimenta seus apoiadores. 

Como já dito aqui, sua agenda (pessoal), mas que dita o seu governo é pautada em costumes e ideologias. E a economia? A geração de emprego e renda? Qual programa o Ministério da Educação apresenta hoje ao país? Quais projetos o governo já preparou ou estará implementando? Até agora foi só futilidades ou ações que em nada mudarão a realidade de milhões de desempregados. 

Não há um projeto de nação. O governo, antes dividido em grupos (ideológico, militar e técnica), todas essas sucumbem ao presidente e aos seus filhos. Bolsonaro governa aos seus (prole e apoiadores). Não desceu do palanque, continua em campanha nove meses depois do fim dela. Não tem postura de presidente, age como se ainda fosse deputado federal, em que pode falar e expor publicamente o que pensa e acha. Por isso, produz narrativas desastrosas, e até desumanas como no caso do pai de Felipe Santa Cruz, presidente da OAB. 

O pior é que hoje, Bolsonaro está a vontade. Não entende nada da liturgia do cargo que ocupa, mas isso não importa. Ele se acostumou com o poder e gostou da cadeira e da caneta de presidente. Por isso, sem rodeios, expõe publicamente o que pensa, aumentando a sua carga nas últimas duas semanas, coincidência ou não, após as volumosas críticas que recebeu ao indicar o seu filho para ser o embaixador brasileiro em Washington. Parece que age em um claro revanchismo contra principalmente a imprensa, a quem elegeu como inimigo.    

Bolsonaro sete meses depois de assumir o cargo, está à vontade. E isso não é bom. Novas narrativas desastrosas virão. E isso tem método. 

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