Bolsonaro, o desautorizado. Procura-se um porta-voz

O novo governo completou a sua primeira semana. O que se viu até aqui foi uma sucessão de erros, especificamente os que se referem às decisões e narrativas. Pela primeira vez que se tem registro, um presidente foi desmentido, desautorizado publicamente por seus auxiliares. E ainda foi recomendado a ele que se não comente nenhum assunto referente a área econômica de seu governo (assunto reconhecido pelo próprio como algo totalmente desconhecido).

Isso tudo porque no novo governo não há um porta-voz oficial, ou seja, uma pessoa que seja a responsável por transmitir as ações e acontecimentos do governo. No mundo moderno exposto aos meios de comunicação, muitas organizações e órgãos governamentais estão utilizando-se com frequência cada vez maior do trabalho de profissionais que receberam treinamento formal em jornalismo, comunicações e relações públicas para assumir este cargo, e assegurar que os pronunciamentos públicos sejam feitos da forma mais apropriada e através dos canais competentes para maximizar o impacto das mensagens favoráveis e minimizar o impacto das desfavoráveis. É exatamente o que está faltando ao novo governo.

Onyx precisa cair

A chamada acima é de um texto do jornalista e editor da Jovem Pan, Carlos Andreazza, postado em seu novo blog, e que trata da situação do atual chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni. A análise é direta e muito pertinente de quem a produziu. Já havia tratado do tema em minha conta no Twitter, em que já afirmava que o citado está aquém do cargo que ocupa, lhe faltando – apesar de diversos mandatos como deputado, a exemplo do presidente – trato político. Lorenzoni será o responsável em fazer a articulação política com do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional e, portanto, conduzir as reformas e projetos de interesse do governo. Conseguirá fazer? O ministro a cada semana sofre uma nova acusação de malfeitos com recursos públicos, e isso sem dúvida está afetando a imagem do governo.

Qual projeto?

Claramente, bastando analisar e cruzar narrativas, percebe-se que o governo Bolsonaro não tem um projeto ao país. Não há um discurso e nem posturas homogênicas, e sim diversos grupos que rivalizam internamente. Isso está causando, por exemplo, mal-estar entre os componentes do primeiro escalão. Paulo Guedes, o todo poderoso da Economia, já se estranhou com o presidente, assim como ocorreu com Onyx Lorenzoni. Rapidamente esses embaraços “foram resolvidos” publicamente. Portanto, não há um projeto ou plano de ação.

O clima de palanque continuará

O presidente Jair Bolsonaro parece ou esqueceram de avisá-lo que a eleição acabou e ele foi eleito e já está no cargo de mandatário nacional. Tudo porque a sua preocupação é atacar adversários, trocar farpas em redes sociais. O seu discurso passa longe de ser de quem é o chefe da nação, ou seja, de quem deveria unificar e não fomentar a divisão, como anda fazendo. Bolsonaro não quer e nem terá capacidade de governar, quer fazer política. A questão de governança ele deixará a cargo de outras pessoas, algo que já está ocorrendo.

Uma semana de governo e o que se viu até aqui não é nada promissor. Mas torçamos para que erros básicos deixem de ocorrer e que – de fato – o governo apresente o seu projeto ao país. Até agora só se resumiu a narrativas desastrosas. Que a maioria de seus ministros falem menos e façam mais.

#veja mais

Saneamento: em ranking, Belém entre as últimas capitais. Parauapebas entre os cinco piores municípios

Um levantamento chamado Ranking de Competitividade dos Municípios 2024 do Centro de Liderança Pública (CLP Brasil) serviu de base para elaborar um ranking das capitais

CFFO aprova LDO com 10 emendas acatadas

A terça-feira (18), após a Sessão Ordinária no plenário Newton Miranda, foi marcada pelas reuniões das comissões permanentes da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). A

Governo do Estado se Explica Sobre os Respiradores (Nota Oficial)

Olá, Nós do Blog recebemos e decidimos publicar a íntegra do comunicado do Governo do Estado sobre a polêmica envolvendo a compra dos respiradores, por

Programa de Estágio Empresa-Escola é proposto por Rafael Ribeiro

“É urgente e necessário investir na formação e na qualificação de nossos jovens, visando boas oportunidades de emprego e renda no futuro”. A afirmação foi

Muita calma nessa hora

Um fato hoje é real: o presidente Jair Bolsonaro (PL) está subindo nas pesquisas. Essa afirmação precisa de um processo de maturação para que possa

O narcisista de Mogi das Cruzes

O termo narcisismo provém da Mitologia Grega, que narra a história de Narciso, um jovem muito bonito que desprezou o amor da ninfa Eco e