A recente filiação do presidente Jair Bolsonaro ao Partido Liberal (PL) inevitavelmente mexeria com a estrutura da legenda em todo o território nacional. No Pará, o partido que até então estava controlado pelos irmãos Vale (Lúcio e Cristiano), conta ainda com o deputado estaduais Zé Maria e Alex Santiago, compondo a base de apoio do governador Helder Barbalho (MDB), passará por profundas mudanças.
Ontem, 22, circulou por toda a internet a cerimônia de filiação ao PL – via seu presidente nacional, Valdemar Costa Neto – do senador Zequinha Marinho, ex-senador Mário Couto, Delgado Eguchi e o ex-deputado Neil. Todos ingressaram no “novo” PL. De quebra, o deputado federal Eder Mauro (PSD) emplacou o seu filho, Rogério Barra, ex-secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos.
O Blog do Branco recebeu informações de fontes ligadas a Marinho, que confirmaram na noite da última terça-feira (21) a realização de uma reunião no formato remoto, com objetivo de selar a saída do senador do Partido Social Cristão (PSC) e seu ingresso ao PL, com a finalidade de disputar o governo do Pará no próximo ano. Zequinha tenta emplacar a sua candidatura ao comando do Executivo paraense como sendo o candidato de Bolsonaro no Pará.
Na verdade, a oposição tenta se unir para criar uma coalização para derrotar os Barbalho. Só dessa forma podem ter alguma chance.
Simão Jatene
O ex-governador Simão Jatene ainda não definiu a sua filiação. Não entrou no bonde do PL. Fontes afirmam que lhe foi oferecido ser o candidato ao Senado Federal pelo partido, o que parece não ter sido bem aceito pelo ex-tucano. Todos sabem que Jatene quer ser governador pela quarta vez, derrotar Helder Barbalho novamente, a exemplo de 2014. Todavia, o próprio sabe que sua musculatura política reduziu muito. Não conta com o apoio da máquina pública, nem partidária. Ser candidato ao Senado parece ser a mais viável possibilidade.
Saiu mais continua no comando do PSC
O senador Zequinha Marinho vem se mostrando um grande articulador político. Pelas circunstâncias do momento (o citado parlamentar vem se especializando nisso, que o diga o processo eleitoral de 2018), deixou o PSC. Sua base eleitoral composta majoritariamente por evangélicos, não deverá desgarrar do parlamentar. O PSC, agora seu ex-partido, foi deixado sob os cuidados de sua esposa, a ex-deputada federal Júlia Marinho (que não se reelegeu na última eleição por NOVE votos).
As peças irão se acomodando no tabuleiro político-eleitoral paraense. O PL deverá contar com o PSD de Helenilson Pontes, o PSC, o recém-criado União Brasil, e outros que não estão na órbita dos Barbalho.
Evitar a reeleição de Helder é algo muito difícil. A coalização da oposição quer, pelo menos, levar a disputa para o segundo turno. Jair Bolsonaro precisa de palanque por aqui.
Enquanto a oposição se acerta e se acomoda no Bonde do PL, esperando qual será a próxima estação de embarque, Helder Barbalho segue observando os movimentos.