Busca pelo aumento de popularidade

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O presidente Lula (PT) é personalista. É preso à própria imagem. Não se acostumou a ser rejeitado ou ficar por baixo. Conforme tratado recentemente no Blog do Branco, a popularidade do mandatário nacional atravessa um momento delicado. Diversos levantamentos apontaram que a popularidade de Lula atinge o seu menor índice desde o seu retorno ao Palácio do Planalto.

O seu nível de avaliação positiva chega a ser menor quando se compara com a negativa em levantamento de diversos institutos. O fato acendeu o alerta no gabinete presidencial e fez Lula marcar uma reunião ministerial para tratar do governo, tendo como pano de fundo a acentuada queda de popularidade.

Como dito em outro texto, o diagnóstico foi claro: Lula andou dando mais importância internacional do que doméstica. Ou seja, se ausentou muito do país por conta de agendas externas do que rodar o país. Outro ponto – destacado inclusive pelo próprio presidente – foi a lentidão de seu governo, com demora na entrega de obras e no desenvolvimento de projetos. Por fim, fechando a pauta, o dilema das gestões petistas: comunicação.

Nos últimos dias, a estratégia de recuperação de imagem traçada pelos articuladores políticos palacianos foi de marcar reuniões de Lula com representantes do agronegócio (segmento que possui um dos maiores índices de rejeição ao governo petista) e encontros entre o vice-presidente Geraldo Alckmin com líderes evangélicos, outro grupo em que Lula apresenta péssimo nível de aceitação.

Em ambos, a rejeição a Lula ocorre sob justificativas rasas. Embasadas em uma resistência ideológica, mas que na realidade se tornam insustentáveis. O chamado agronegócio sempre foi foi muito bem atendido nas gestões petistas, inclusive na atual, por conta do Plano Safra 2024, que bateu recordes de linha de crédito aos produtores rurais, majoritariamente bolsonaristas. A questão evangélica é mais delicada. Historicamente, o PT nunca conseguiu – com raras exceções – ter entrada. A pauta liberal, que inclui drogas, relações homoafetivas e, por exemplo, aborto, sempre travaram diálogos. A proximidade das denominações religiosas neopentecostais com o bolsonarismo aprofundou ainda mais esse distanciamento, apesar que gestões petistas foram muito benevolentes sob o ponto de vista tributário na relação com igrejas.

No campo internacional, com objetivo de recompor o seu índice de popularidade, Lula até criou atrito diplomático com a Venezuela, quando teceu críticas ao sistema eleitoral do país, que segundo ele falta transparência e mais democracia. Foi a forma de como o presidente brasileiro, em nome do resgate de sua popularidade, resolver atacar um aliado histórico, neste caso, Nicolás Maduro.

De todo modo, a abertura do diálogo feito diretamente entre as duas principais autoridades políticas do país, mostra o nível de incomodação de Lula com sua imagem, ou melhor, com o seu atual nível de popularidade. Para quem se acostumou a ter uma popularidade na casa dos 70%, com picos de 80%, o atual cenário é, sem dúvida preocupante. Não custa lembrar que 2026 está logo ali.

Imagem: reprodução Internet. 

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