Canaã: lucro recorde não impede que os Correios queiram fechar agência

Há anos se fala da necessidade de privatizar os Correios. Em abril de 2021, a empresa foi incluída no Programa Nacional de Desestatização do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Um projeto de lei sobre o tema foi aprovado pela Câmara dos Deputados, em 2021, mas a iniciativa agora está em “banho-maria” no Senado Federal.

Nesta quinta-feira, 17, os Correios anunciaram lucro líquido (diferença entre receita e despesa) de R$ 2,3 bilhão. No ano anterior, o lucro líquido da empresa foi de R$ 1,53 bilhão. Ou seja, o resultado do ano passado supera em 50% a margem do ano anterior. O presidente dos Correios é um general da reserva que atende pelo nome de Floriano Peixoto, indicado por Bolsonaro, em junho de 2021.

Segundo Peixoto, esses bons números, há tempos não vistos na empresa postal, só foi possível mediante algumas medidas: redução de custos, revisão de contratos, adequação dos contratos de trabalho à CLT, extinção da CorreiosPar e investimentos em áreas operacionais da empresa. Mesmo com esse cenário altamente favorável, em entrevista ao Portal G1, o presidente da empresa disse que a privatização é a meta, e que agora está mais viável ainda a venda dos Correios.

Todavia, toda essa pujança econômica não foi suficiente para que a empresa, via gerência regional, em Belém, decidisse que a única unidade de atendimento em Canaã dos Carajás fosse fechada, o que aconteceu por um dia, provocando um reboliço na cidade. Segundo matéria divulgada no site da prefeitura, ao tomar conhecido do fato, a mandatária municipal, Josemira Gadelha (MDB), de imediato buscou intervir na situação, o que permitiu que o serviço postal não fosse interrompido na cidade, postergando, portando, a execução do serviço por mais 90 dias até que se resolva o caso.

Conforme divulgado pela Assessoria de Comunicação da prefeitura, a decisão pelo fechamento não está ligada à viabilidade econômica da agência ou à demanda pelo serviço, mas a uma questão burocrática da empresa em relação à política de locações, que contrasta com os preços praticados pelo mercado imobiliário no município.

A Ascom informou que a prefeita Josemira Gadelha, irá pessoalmente à Brasília, ao Ministério das Comunicações, com o objetivo de buscar uma solução para esse problema.

Imagem: Fala Sério Canaã. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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