Candidato ou não. O poder do “fator” Lula

Retomando os rebatimentos do post anterior (divulgação dos resultados da mais nova pesquisa Data Folha sobre a disputa presidencial), oportunidade em que encerrei o texto fazendo referência ao ex-presidente Lula e sua influência (candidato ou não) na disputa presidencial. No contexto de um processo turvo, pouco entendível, o “fator Lula” ainda é outro desdobramento a ser desvendado.

A situação do petista, preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba, levanta diversas suposições, cenários e apostas. Sem entrar no mérito de sua condenação, que é muito questionada pela forma de como foi conduzido o processo, a começar pela atuação do Ministério Público e depois com a sentença do juiz Sérgio Moro.

Pois bem, Lula já está cumprindo pena, ainda terá um longo tempo de cárcere; a questão é saber o que acontecerá com a sua candidatura, haja vista, que o PT mantém a postura e discurso de ele ser o candidato do partido, sem segunda opção. Analisando falas, comentários e posicionamentos de jornalistas e advogados, chega-se a uma ordem cronológica sobre o caso.

Primeiro, Lula goza de seus direitos políticos, mesmo estando preso. Isso é fato inquestionável. Essa situação se manterá até que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgue o caso e declare a sua ilegibilidade, Lula se manterá na disputa eleitoral. A própria Lei da Ficha Limpa diz em seu artigo 26: “a pessoa tornada inelegível em uma condenação em segunda instância, terá o direito de recorrer ao Tribunal Superior”, que neste caso será o Superior Tribunal de Justiça.

Segundo análise do jornalista Reinaldo Azevedo: “Provavelmente o STJ negará o pleito do requerente (Lula). Mesmo assim ainda cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que terá até o dia 17 de setembro para manter ou não o registro da candidatura de Lula (que terá que ter sido feita até o dia 15 de agosto)”. Se o TSE cassar o registro da candidatura de Lula (decisão mais óbvia); ainda caberá recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF). A questão é saber o tempo de decisão da Suprema Corte. Essa é a questão central.

E por que? Justamente pela questão central que deu desfecho ao texto anterior e que norteou este: o processo de inseminação da urna (alimentação do sistema com a inclusão dos dados de candidatos, partidos e coligações e que depois feito, não se pode alterar). Termo semanticamente biológico, pouco empregado na questão eleitoral, mas que é algo recorrente a cada pleito. Se até o processo de inseminação de urna, que ocorrerá até o dia 27 de setembro, o STF não estiver definido a questão, ou seja, dito não, tornado de vez Lula inelegível, o nome e número do petista estarão nas urnas.

Se a candidatura de Lula for cassada entre o dia 27 de setembro e o dia 07 de outubro (dia da eleição de 1ª turno), quem votar no ex-presidente estará invalidando o seu voto (como se fosse branco ou nulo). E isso têm consequências diretas na eleição, pois interfere diretamente no total de votos válidos (sem Lula, cai consideravelmente a margem citada), o que embaralha qualquer prognostico eleitoral, por mais simples que ele seja.

Portanto, goste ou não, Lula é o centro e será o principal personagem desse processo político-eleitoral, mesmo preso. Caso não seja candidato, torne-se inelegível, as pesquisas ainda apontam alta margem de transferência de votos do ex-presidente, que poderá ter o poder de colocar no segundo turno o nome que ele escolher. O resultado da eleição de 2018 depende do “fator” Lula, indiscutivelmente. 

#veja mais

Vale: sem legitimidade processual

O título deste artigo é a publicação de uma frase proferida pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, em relação ao pedido feito pela da mineradora

Eleições 2024: Rafael Ribeiro aposta em construção coletiva de plano de governo

“Bora! Eu tenho um plano. E você faz parte dele!” A frase de impacto dá o tom da estratégia adotada pelo presidente da Câmara, Rafael

Arrecadação cresce e supera os R$ 280 bilhões em janeiro

Na mais recente divulgação fiscal da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB), os números de janeiro de 2024 apontam para um recorde na

Senado Federal aprova novas regras para emendas parlamentares

O plenário do Senado votou nesta segunda-feira (18) os destaques, isto é, as propostas de senadores de ajustes ao projeto de lei complementar (PLP) que

Equatorial Pará monta plano de operação para o Carnaval 2023

A Equatorial Pará montou um plano de operação para o Carnaval, que funcionará de 18 a 21 de fevereiro, e garantirá a segurança e a

Quem é o jovem que pode iniciar uma era da extrema direita na França

Jordan Bardella, de 28 anos, foi o candidato indicado pelo União Nacional, o partido de extrema direita de Marine Le Pen, para representar a sigla