A Câmara de Parauapebas É Uma Casa de Leis ou um “Puxadinho” da Prefeitura?

Casa de Leis ou “Puxadinho” da Pmp?

A Câmara de Vereadores de Parauapebas viveu ontem, quinta-feira 16, um dia memorável e não; isso não é um elogio. O circo de horrores que ali se instaurou é de dar um frio na espinha de quem, minimamente, acompanha o dia-dia político de nossa cidade.

Ser vereador em Parauapebas, sabemos, é caro. Muito caro. Caro a ponto de não entendermos qual a motivação do cidadão se tornar um, já que o investido em campanha, nunca poderá retornar simplesmente por salários e verbas de gabinete.

Resta-nos então, a velha fisiologia política. De acordo com o dicionário AURÉLIO (o que sabe ler e escrever), esse termo significa: “é a atitude ou prática (de políticos, funcionários públicos, etc.) caracterizada pela busca de ganhos ou vantagens pessoais, em lugar de ter em vista o interesse público” …

Pois bem, o nosso Prefeito Blogueiro enviou à Casa de Leis um Projeto onde ele aumenta a quantidade de vagas de assessoria. Eram 382 na época de Darci. O Boca-de-Burro era oposição ferrenha e vereador combativo. Por diversas vezes, reclamou do inchaço da máquina e da quantidade de assessores (que ele chamava carinhosamente de “babões”). Pois bem, o PRIMEIRO ATO LEGAL de seu governo foi aumentar a quantidade de babões, digo, assessores.

E sabemos que uma parte considerável dessas assessorias será preenchida por indicação de vereadores. Entendam que não estou dizendo nada de novo. Sempre foi assim e como estamos vendo, vai continuar. Ocorre que um ditado antigo e sábio diz que: “o pecado do pregador é pior que o pecado do pecador”. Aurélio elegeu-se prometendo combater vários vícios da administração passada, mas seus primeiros atos nos mostram que ele andou lendo e aprendeu bastante bem a cartilha dos seus antecessores.

Mas a manobra precisava que o Puxadinho, ops, a Câmara sujasse as mãos também. Afinal, o desgaste não podia ser só do prefeito, né?

E o que se viu foi um desdobramento semântico dos vereadores pra justificar sua adesão ao projeto, de olho, claro, nas vagas, afinal, eles também precisam dar uma satisfação às bases deles. Ocorre que nenhum vereador ali foi realmente agraciado com o dom da oratória. Aí, a cada intervenção, o nível só despencava, com os vereadores, justificando que isso vai gerar renda na cidade. Que seus indicados vão gastar aqui, o que ganharem. Ora, concurso público tem o mesmo efeito e gera muito menos desgate. Obra também gera emprego e renda. A majoração dos ACS também geraria. Além de um cumprimento de palavra do Blogueiro.

O mais estarrecedor e sinceramente decepcionante, foi ver os vereadores, justificando que o Projeto iria ACABAR COM O CABIDE DE EMPREGOS!

Vamos lá; o projeto NÃO PREVÊ concurso público; o projeto prevê assessorias, que são instrumentos de LIVRE NOMEAÇÃO pelo Executivo. Uma pessoa não precisa ter experiência, instrução, formação, bem qualquer coisa que justifique ele receber um salário de – por exemplo – 14 mil reais, exceto a vontade do Prefeito ao assinar o decreto. Com apenas o fundamental e zero tempo de serviço, desde que o Prefeito concorde, você pode ganhar mais que um diretor de grandes empresas, com décadas de experiência. Então eu pergunto aos sonsos vereadores: DE QUE MANEIRA assessorias, que são instrumentos políticos, têm o poder de acabar com cabide de empregos? Vai ter sorteio na TV? Concurso pra assessor? Vão criar a “Raspadinha do Cabide”? O que elimina cabide de empregos, é concurso público, nobres vereadores. Imparcial e meritocrático.

Mas sério; eles não podiam apenas ter levantado as mãozinhas e ter dito “SIM”? Teria ficado menos feio; mas o afã de agradar ao seu novo chefe (e não é do povo que eu estou falando), falou mais alto . E assim este ato foi eleito, entre tantas outras vergonhas ontem, o “Primeiro Mico do Ano Legislativo”. Parabéns, meus Vereadores! Esse ano promete.

Amanhã, uma análise INDIVIDUAL dos votos e possíveis motivações de cada vereador. Aguardem!

“O mundo não será destruído por aqueles que fazem o mal, mas por aqueles que os observam sem fazer nada.”

Einstein, A.

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