Em matéria produzida pela jornalista Mariana Sanches, postada no site da BBC, mostrou que em municípios pequenos e médios, o gênero da liderança municipal alterou impacto local da Covid-19. Em projeção, se sustenta que se metade do país tivesse prefeitas, 75 mil vidas poderiam ter sido salvas. Hoje, quase 13% das prefeituras do Brasil são comandadas por mulheres.
A pesquisa foi feita pelo economista Raphael Bruce, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), que junto com colegas da Universidade de São Paulo e da Universidade de Barcelona, assinou o recém-publicado estudo “Sob pressão: a liderança das mulheres durante a crise da Covid-19”, ainda sem revisão por outros cientistas. A pesquisa oferece a primeira evidência de que ter mulheres no poder durante uma pandemia ajuda a salvar mais vidas do que ter um homem na cadeira.
No trabalho, Bruce e seus colegas usam os mais de 5.000 municípios do Brasil como uma espécie de laboratório. Primeiro, os pesquisadores selecionaram apenas os 1.222 municípios que, nas eleições de 2016, tiveram eleição à prefeitura realizada em turno único e em que o primeiro e o segundo colocados fossem de gênero diferente. Assim, limitaram a análise a municípios de até 200 mil habitantes.
Depois refinaram ainda mais a amostra, de modo a considerar apenas aqueles em que a corrida eleitoral foi acirrada — e a margem de vitória menor do que 10% do número de votos para a candidata ou para o candidato —, algo que ocorreu em cerca de 700 localidades. A conclusão foi que municípios com prefeita tiveram, em média, 25,5 mortes por 100 mil habitantes a menos do que aqueles em que os chefes do Executivo local eram homens — uma diferença de 43,7% na mortalidade.
Mas, afinal, o que essas mulheres fizeram de diferente dos seus pares homens que poderia explicar a menor gravidade da pandemia nas cidades delas? De modo geral, municípios com mulheres no comando adotaram em uma frequência 10% maior esse tipo de medidas não farmacológicas de combate à pandemia.
Canaã dos Carajás
A prefeita Josemira Gadelha (MDB) vem sendo muito elogiada em sua gestão. Manteve um ótimo ritmo de trabalho que já vinha sendo feito por seu antecessor e correligionário Jeová Andrade. Gadelha vem conduzindo de forma exemplar as ações no combate à pandemia do novo coronavírus no município que administra.
Só para citar um exemplo do reconhecimento de boas práticas, a Prefeitura de Canaã dos Carajás no combate ao novo coronavírus, em matéria postada pelo Blog do Zé Dudu, o serviço de teleatendimento desenvolvido pela Secretaria Municipal do citado município durante a pandemia do Covid-19 foi premiado como experiência de excelência pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil e pelo Ministério da Saúde. Ao todo, 19 experiências de excelência praticadas por profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), foram reconhecidas em evento online realizado no último dia 16. Um total de 1.471 relatos de práticas desenvolvidas por profissionais de todo país foram analisados e 261 receberam menções honrosas.
O serviço teve o objetivo de ampliar o acesso ao atendimento dos cidadãos canaenses de forma remota, reduzindo o fluxo de usuários nas unidades de saúde. Foi implementado um call center com profissionais capacitados para realizar atendimento telefônico e via WhatsApp, sete dias por semana, das 8h às 20h. O Disk Coronavírus ofereceu orientações e esclareceu as dúvidas da população.
Segundo dados do último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde de Canaã dos Carajás, divulgado ontem (22), o município registrou 18 novos casos de Covid-19, nas últimas 24 horas. No total, alcançou-se a marca de 8.624 casos confirmados desde o início da pandemia. Dentre os infectados, oito estão internados. Desde o início da pandemia, foram registrados, infelizmente, 117 óbitos. Ao todo, 8.530 pessoas se recuperaram da doença. Neste momento, a prefeitura monitora 157 pessoas.