Convergência política I

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Há tempos não se observava em processos políticos que antecedem os eleitorais, a emergência de um nome, de uma candidatura que consiga concentrar diversos apoios. Atualmente, há, sem dúvida, um ponto de convergência política em Parauapebas: a pré-candidatura a deputado federal de Keniston Braga (PP), atual secretário de governo da capital do minério.

Braga sempre foi muito atuante na política local, desde a primeira gestão do prefeito Darci Lermen (MDB), todavia, sempre imprimiu um estilo reservado, de atuação mais voltada para os bastidores, do que em aparições públicas. Tornou-se um operador político habilidoso, em que as decisões mais importantes das gestões em que esteve compondo o secretariado, passassem sempre por ele.

Foi assim durante os três primeiros mandatos de Lermen (dois sequenciais e o terceiro após uma pauta de quatro anos). A mudança de postura e estratégia começou a ocorrer no decorrer de 2020, quando Braga resolveu deixar os bastidores em busca de protagonismo, o que é algo absolutamente normal dentro do jogo político.

Iniciava no último ano do terceiro mandato do prefeito Darci, o “Projeto K”. Um dos pontos iniciais foi criar uma superestrutura institucional que pudesse assumir o protagonismo gerencial da Prefeitura de Parauapebas, garantindo destaque a Keniston. No “apagar das luzes” do expediente legislativo de 2020, o Poder Executivo deu entrada em um Projeto de Lei alterando algumas leis municipais e dando outras providências (Leia Aqui). Na prática, criou diversos arranjos institucionais, entre o mais importante a Secretaria de Governo (Segov), que teria como carro-chefe o Programa Municipal de Investimentos de Parauapebas (PMI), um macroprojeto que contém sete grandes eixos, que somados irão gerar investimentos na ordem de um bilhão de reais nos próximos quatro anos (Leia Aqui).

De partida, essas são as credenciais gerenciais de Keniston Braga – além do gerenciamento muito elogiado do tesouro municipal – para requerer perante à sociedade à sua candidatura ao parlamento federal. Ainda há, as suas habilidades políticas que conseguiram torná-lo um pré-candidato de grande potencial em Parauapebas e nos municípios vizinhos. Por aqui, há um ponto de convergência entre os diversos operadores políticos na disputa federal; a pré-candidatura do gestor da Segov é, hoje, um aglutinador de forças.

O que está se discutindo agora é em qual partido Keniston Braga se filiará? O gestor da Segov já esteve com o “pé” no Pros; em conversas avançadas com o MDB e até a possibilidade de se manter no PP, no qual é presidente municipal. Nesse quesito, a questão é meramente numérica. No caso do MDB, o quociente eleitoral necessário para se eleger ao parlamento federal será, realmente, menor do que o quantitativo esperado em outras legendas?

Vale lembrar que o MDB nacional está discutindo a questão da federação partidária, agora autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com, por exemplo, o PSDB. Tal junção concretizada muda todos os cálculos de quociente eleitoral. Especialistas afirmam que a federação de partidos tende a provocar o que se chama de “sobra”, que tenderá a ser maior. Com isso, abrirá ainda mais o leque de vagas. É nessa questão que Keniston e sua equipe analisam para “fechar” a filiação no partido controlado pelos Barbalho.

De todo modo, Keniston Braga conseguiu um feito: convergir diversas forças políticas não só da região sudeste, como de outras do território paraense em torno de seu nome. É o dono do tabuleiro.

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