CPI da Vale: a exemplo de Darci, Josemira critica a mineradora

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A Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI, que investiga a atuação da empresa Vale em solo paraense, iniciou os trabalhos no último dia 08, em reunião ordinária na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), para deliberar sobre as ações da comissão nas próximas semanas.

Na citada oportunidade, deliberou-se a convocação de gestores municipais onde a mineradora possui projetos. Neste sentido, marcou-se para o dia 22, ontem, as oitivas da prefeita Josemira Gadelha (MDB), de Canaã dos Carajás; Júlio César Dairel (Avante), de Ourilândia do Norte; e João Cleber (MDB), de São Félix do Xingu.

Antes dos gestores citados, em novembro de 2021, o prefeito de Parauapebas, Darci Lermen (MDB) havia sido ouvido pelos membros da CPI. Na oportunidade, o mandatário parauapebense apresentou as dificuldades no relacionamento com a referida mineradora, faltando, segundo ele, mais diálogo por parte da empresa.

Seguindo a mesma narrativa, Josemira afirmou que o não cumprimento de condicionantes e a falta de transparência e diálogo, além do descaso da mineradora Vale com o município de Canaã dos Carajás, onde a multinacional possui os projetos Sossego (cobre) e S11D (ferro).

Segundo a gestora canaãense: “Não existe transparência em suas ações no município e não há diálogo com empresa. Na época do pico da pandemia, solicitamos apoio e depois de quatro meses tivemos resposta e precisamos agir, pois se tratava de salvar vidas”, disse. Sobre o relacionamento com a empresa, Josemira afirmou que “a relação não pode ser subordinada, mas de respeito. Queremos que a relação seja harmoniosa”.

Gadelha disse ainda aos parlamentares que a empresa deve mais de R$ 1 milhão aos cofres do município, e o caso está sob processo administrativo para que a Vale repasse os valores devidos, segundo ela.

CPI Vale

A CPI da Vale foi instalada em 26 de maio de 2021, por iniciativa do deputado Ozório Juvenil. A princípio, o prazo de funcionamento estabelecido era até setembro. O prazo foi prorrogado para dezembro e depois se estendeu até o próximo mês de abril para que as investigações e esclarecimentos sejam ampliados.

Desde o início das atividades, os membros da comissão trabalham para apurar questões como a concessão de incentivos fiscais à empresa, o descumprimento de condicionantes, a ausência de segurança em barragens, repasses incorretos de recursos aos municípios e outros fatos ligados ao desenvolvimento do estado, como exemplo a ausência de projetos de verticalização da produção local.

Por Mara Barcellos (AID/Alepa) – Adaptado pelo Blog do Branco.

Foto: Ozéas Santos (AID/Alepa).

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