Cresceu a presença feminina na política paraense

Um fato altamente relevante passou despercebido dentro do processo eleitoral municipal do ano passado no Pará: pela primeira vez, 27 mulheres foram eleitas prefeitas, um aumento importante na comparação às últimas eleições municipais em 2016, onde apenas 16% dos mandatários municipais eram mulheres.

Quando se compara ao resto do Brasil, dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a média de mulheres eleitas prefeitas foi de 12,2% nas eleições municipais pelo Brasil, bem abaixo, por exemplo, da média paraense. Esse aumento do índice de eleitas está ligado diretamente a outro fator: aumento no registro de candidaturas femininas em 2020, que foi recorde: 33,6% do total.

O avanço feminino na política paraense

O registro do aumento da representação feminina na política paraense é algo que não se resume ao Poder Executivo. No Legislativo estadual, por exemplo, em 2018 foram eleitas dez deputadas estaduais, número também histórico, o que faz hoje a Assembleia Legislativa (Alepa) ter em seus quadros 25% de mulheres, porcentagem que não se repete em nenhum outro estado do Brasil.

Segundo dados do TRE-PA, as mulheres eleitas no Pará para a gestão 2021- 2024 são: Francineti Carvalho, em Abaetetuba; Lúcia do Líder, em Almeirim; Vanessa Gusmão, em Aurora do Pará; Lucineia Alves, em Bannach; Luziane Solon, em Benevides; Josemira Gadelha, em Canaã dos Carajás; Edilma Alves, em Garrafão do Norte; Mariana Chamon, em Curionópolis; Iara Braga, em Eldorado dos Carajás; Majorri Santiago, em Floresta do Araguaia; Professora Marlene Borges, em Magalhães Barata; Patricia Mendes, em Marituba; Nilma Lima, no Moju; Alcineia Ferro, em Nova Esperança do Piriá; Dra Graça, em Nova Ipixuna; Socorrinha, em Nova Timboteua; Gilma Ribeiro, em Oeiras do Pará; Laane Barros, em Piçarra; Raquel, em Placas; Consuelo Castro, em Ponta de Pedras; Márcia Ferreira, em Rio Maria; Adriana Andrade, em Rondon do Pará; Professora Leila, em São Caetano de Odivelas; Elizane, em São Domingos do Araguaia; Kamily Araujo, em São João de Pirabas; Marcellanne Cristina, em São João do Araguaia; e Kelly Destro, em Ulianópolis.

Parauapebas, pelo contrário, perdeu 

No sentido contrário do avanço feminino na política paraense, no município de Parauapebas as mulheres perderam espaço. Antes do último pleito eleitoral, a Câmara Municipal tinha quatro vereadoras. Para a atual legislatura (2021-2024) foi eleita apenas uma mulher entre as 15 cadeiras daquele parlamento. A parlamentar Eliene Soares (MDB) foi entrevistada pelo Blog em dezembro de 2020, e relatou a sua tristeza pela diminuição da representação feminina no Poder Legislativo parauapebense: “Foi um retrocesso. Fiquei muito triste de só uma mulher se eleger. Está provado nas urnas a discriminação. A gente precisa dessa união, porque nós mulheres avançamos nas garantias de direitos, mas precisamos continuar lutando. Fiquei triste com essa queda na representação feminina nesta Casa”. 

Em Parauapebas foram registradas 435 candidaturas na eleição de 2020, deste total, 141 foram femininas somam (32,4%).

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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