Não é surpresa e nem novidade que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e o prefeito de São Paulo, João Dória, ambos do PSDB, estão em meio à disputa política pela preferência de quem do ninho tucano, irá disputar no próximo ano o Palácio do Planalto.
O nome do PSDB para a disputa presidencial deverá sair de território paulista. O lado mineiro do partido, representado por Aécio Neves, perdeu força e o referido senador poderá nem se reeleger na Câmara alta, após as pesadas acusações que recebeu, que inclui tentativa de assassinato.
Claramente, Dória e Alckmin não se “bicam”. As agendas, antes relacionadas, estão a cada dia mais distantes. Os compromissos públicos que antes reuniam ambos, não ocorrem mais. O plano, a estratégia política-eleitoral era clara: Dória para prefeito, depois governador, dando total apoio político a Alckmin ao Palácio do Planalto. Isso é passado. O acordo já foi rasgado. Nem o tucano-mor, Fernando Henrique Cardoso, consegue unir os dois. Dória deslumbrou com a popularidade que conseguiu (vitória acachapante nas urnas, em 1º turno, depois de sair com 1% nas pesquisas). Nem Alckmin que bancou o então empresário, contra muitos do PSDB, contava com tal desempenho do “afilhado” nas urnas.
Alckmin percebendo que o seu pupilo é um alto risco para as suas pretensões políticas, resolveu agir. Buscou criar algo que o diferencei do prefeito paulista. A estratégia é simples: tornar o governador menos elitista, mais próximo ao eleitorado. Deixa a marca de “playboy” para Dória. O prefeito paulistano por ser milionário, espalha à todos que não utiliza nada público: doa o seu salário, viaja em anda em veículos próprios.
Na prática o plano pensado por Geraldo já está sendo operacionalizado. O governador de São Paulo só viaja em avião de carreira, esperando em fila, aguardando normalmente o despacho de bagagem, etc. Segundo sua assessoria, em breve ele estará rodando o norte do Brasil de carro, já “pavimentando” a sua candidatura ao Palácio do Planalto.
Por uma questão de sobrevivência política, Alckmin, tentará se diferenciar de seu maior adversário, antes amigo, agora inimigo, João Dória. No PSDB, 2018 já chegou. O “ninho tucano” tende a “pegar fogo”.