Day After cearense

Diversos governadores estão de olho no desenrolar dos fatos no Ceará. Especialmente no acordo que deverá ser firmado entre manifestantes e o governo cearense. O Brasil acompanha a grave situação da segurança pública naquele ente federativo. Policiais militares amotinados resolveram enfrentar o Estado, se rebelaram por não concordar com o aumento proposto para a categoria. Querem mais. O governo afirma que não têm condições orçamentárias para conceder além do que foi acertado e enviado à Assembleia Legislativa cearense.

Desde o dia 18, diversos quarteis foram ocupados, viaturas foram depredadas, a ampla maioria teve os seus pneus esvaziados e serviram de escudo para limitar acessos aos quarteis. Nesses locais familiares são usados pelos amotinados como escudos humanos. No dia 19, em ato tresloucado, o senador licenciado Cid Gomes, pegou um trator e resolveu, em Sobral, invadir o quartel da cidade, sendo alvejado por dois tiros. O caso repercutiu no país inteiro, fazendo com que a imprensa nacional volta-se para o Ceará.

Por pressão, o Governo Federal enviou as suas forças de segurança ao Ceará, para colocar ordem, ainda mais que diversos policiais encapuzados, impuseram à força – contra a população – as suas vontades. Cidades e seus moradores tornaram-se reféns. Um verdadeiro faroeste estava acontecendo nas principais cidades cearenses. O movimento com a entrada do governo federal no caso, enfraqueceu. Os policias já negociam anistias, algo que o governador Camilo Santana (PT), diz ser inegociável. Neste ponto gira a análise central deste artigo de opinião.

O fato que ocorre no Ceará, aconteceu parecidamente em 2017, no Espírito Santo. E lá, via assembleia legislativa, acordou-se a anistia aos amotinados. Ali – com o ato bondoso – abriu-se concessão perigosa, que resulta em sentimento de impunidade e que pode estimular outros casos, como agora ocorre no Ceará. É constitucionalmente proibido servidores das forças de segurança, promoverem greves.

Dependendo do acordo entre o governo cearense e manifestantes, o caso poderá ter ressonância em outros entes federativos. Há clima de tensão entre os governadores sobre a questão. A segurança pública está tomada pelo sindicalismo (o que é proibido), sob a configuração de associações, muitas destas, claramente com perfil de sindicato. Além disso, há outro fenômeno chamado de “milicianização” das forças de segurança. Cada vez mais os agentes de segurança pública se rebelam, descumprem ordens de superiores e enfrentam governos. O que ocorre em solo cearense é indefensável. Policiais encapuzados, com armas em punho, promovendo terror nas ruas, fechando estabelecimentos comerciais, cercando viaturas em circulação nas ruas. 

No caso do Pará, o governador Helder Barbalho, se antecipou a qualquer conflito. Apesar de ser uma promessa de campanha, o mandatário estadual anunciou que será enviado até o dia 05 de março, projeto de lei à Alepa, autorizando aumento nos salários dos praças (soldados e sargentos) da Polícia Militar, assim como o do Corpo de Bombeiros. Em janeiro, já havia sido anunciado por Helder, um amplo programa de crédito imobiliário aos servidores da segurança pública. Coincidência ou não com o fato que ocorre no Ceará, o governo do Pará anuncia aumento de salários.

O day after ao que ocorre no estado cearense, dirá muito sobre o que pode vir à frente. Se o movimento ilegal grevista obter êxito, ou seja, se o governo demonstrar fraqueza e ceder, o efeito dominó será inevitável em outros entes federativos. Por aqui, Helder Barbalho se antecipou. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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