Enquanto esse artigo de opinião estava sendo produzido, as eleições de “meio de mandato” nos Estados Unidos, que elegerão deputados, senadores e alguns governadores, ainda não havia sido finalizada. Como é sabido, a apuração norte-americana é demorada, pois o sistema ainda utiliza cédula de papel.
Na última atualização antes do fechamento deste texto, o cenário era de empate no Senado (49 x 49) entre republicanos e democratas, ainda por definir as últimas cadeiras. Por lá, por exemplo, o cenário não mudou. Atualmente, há empate entre as cadeiras ocupadas no Senado pelos dois partidos, com a vantagem para o governo por conta do voto que a vice-presidente Kamala Harris tem por direito.
Na Câmara, o cenário também é de uma disputa acirrada. O Partido Republicano está em vantagem (na última atualização: 214 a 184), mas ainda com quase 30 cadeiras em disputa. A derrota do Partido Democrata nessa Casa é esperada. O governo de Joe Biden centrou esforços no Senado.
O que se pode dizer até o momento? Mesmo sem a totalização e o resultado final, há uma certeza: a chamada “onda vermelha”, ou seja, uma vitória acachapante dos republicanos nas duas Casas não aconteceu. Nem mesmo na disputa em alguns estados para o cargo de governador.
Diversos portais de notícia no Brasil informaram que o ex-presidente Donald Trump estava furioso com o cenário eleitoral. Culpou o próprio partido pelo baixo desempenho nas urnas. Na verdade, o ex-mandatário esperava que os republicanos vencessem com sobra, que controlassem o Congresso, inviabilizando o governo Biden pelos próximos dois anos, o que poderia facilitar o retorno de Trump à Casa Branca, em 2024.
A situação econômica nos Estados Unidos ainda é complicada. Taxa de juro elevada para conter a inflação (algo muito fora da realidade dos norte-americanos) e nível de desemprego que ainda assusta. Por outro lado, há sinais de recuperação a médio prazo, o que pode melhorar a situação do atual governo no que tange à sua popularidade.
Biden Fora
Por mais que o atual presidente Joe Biden chegue às vésperas da disputa presidencial daqui a dois anos, com a possibilidade de concorrer à reeleição, justamente por está no cargo, já há movimentos internos dentro do Partido Democrata para barrar essa possibilidade, ou seja, promover prévias para a escolha de outro nome. Os democratas não querem correr risco de perder o assento presidencial.
As eleições de “meio de mandato” foram para o Partido Democrata um alívio. Foram, na verdade, uma derrota vitoriosa.
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