Governo do Pará: Doxa mantém a disputa mais apertada. Ibope amplia o espaçamento anterior. Quem está conseguindo retratar a realidade?

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Ontem (17) dois institutos de pesquisa divulgaram os seus novos números. Na rodada anterior, ambos criaram polêmica pelas divergências dos cenários apresentados. A Doxa divulgou a sua pesquisa anterior no dia 18 de agosto; dois dias depois o Ibope apresentou os seus números. Quase um mês depois, ambos os institutos divulgaram os seus resultados no mesmo dia, quase ao mesmo tempo.

Doxa

Mantendo a mesma metodologia (margem de erro, formato de aplicação de questionários e porcentagem de confiabilidade) da pesquisa anterior, a Doxa mensurou no formato espontâneo (quando o entrevistado aponta um nome sem lhe ser apresentado nenhuma opção), o candidato do MDB, Helder Barbalho, subiu 3,1% (23,6% para 26,7%) em relação à pesquisa anterior. O candidato Márcio Miranda (DEM) subiu 5,9% (11,9% para 17,8) em relação ao levantamento que antecedeu o de ontem; já o candidato Paulo Rocha (PT) caiu 2,1% (8,7% para 6,6%).

No formato estimulado (quando são apresentadas as opções ao entrevistado), Helder Barbalho cresceu 0,2% (38,7% – 38,9%); Márcio Miranda subiu 3,2% (20,4% – 23,6%) e Paulo Rocha aumentou a sua margem em 2,2% (12,1% – 14,3%).

No índice de rejeição, os números diferem muito entre as duas últimas pesquisas. No mês passado, Helder Barbalho tinha 22%, e agora aparece com 13%, ou seja, queda acentuada de 9 pontos. Márcio Miranda teve quase inalterada as suas margens comparativas, com leve queda de 0,8% (12,8% para 12%). Paulo Rocha ostentava 21% e hoje apresenta 17,8%.

Ibope

Mantendo a mesma metodologia (margem de erro, formato de aplicação de questionários e porcentagem de confiabilidade), o Instituto Ibope apresentou um cenário que todo medebista sonhou: Helder Barbalho quase na margem de vencer a eleição em primeiro turno. Na última pesquisa, o candidato do MDB apresentou 43% e agora chegou a 47%. Márcio Miranda tinha 11% (estava em terceiro) e agora aparece com 15%. Paulo Rocha se manteve nos mesmos 13% do levantamento anterior. Como esperado, os votos em branco caíram; assim como os que não sabem ou não quiseram responder (algo natural como o andamento da campanha e aproximação do dia da eleição).

Os dados referentes ao formato espontâneo impressionam. Helder Barbalho dobrou a sua intenção de voto (13% para 27%); Márcio Miranda triplicou (2% para 6%); assim como o petista Paulo Rocha (1% para 3%). Essas margens, infladas ou não, são resultados do processo eleitoral, em que a exposição dos candidatos produz esse efeito no eleitorado.

Não há como comparar os índices de rejeição. Estranhamente e sem justificativa no ato de divulgação da pesquisa, o Ibope não divulgou os atuais patamares de rejeição dos candidatos. Na anterior, Helder Barbalho liderava (35%), empatado na margem de erro com Paulo Rocha (34%). Márcio Miranda tinha 22%.

Nas projeções de segundo turno, Helder Barbalho venceria os seus adversários. Paulo Rocha perderia para o candidato do MDB, todavia ganharia do candidato do DEM. Segundo o Ibope, o candidato Márcio Miranda, caso queira ser o próximo governador do Pará, precisa vencer a eleição no primeiro turno, haja vista, que as projeções apontam a sua derrota em todos os cenários pesquisados.

Análise

Os institutos Doxa e Ibope parecem monopolizar as pesquisas ao governo do Pará. Seus números (independente de candidato) são bem distantes. A Doxa mantém o cenário mais competitivo. Os dois candidatos mais bem colocados cresceram no comparativo. Segundo a Doxa, Miranda subiu mais do que o candidato do MDB. O que chamou mais atenção na pesquisa foi a considerável queda na rejeição de Helder Barbalho (9%). Isso pode ser reflexo da estratégia adotada pelo ex-ministro: fincar posição na Região Metropolitana de Belém, além do forte marketing da integração regional, através do chavão “presente”.

Já o Ibope aponta uma possível vitória de Helder Barbalho em primeiro turno, algo que seria inédito nas disputas ao Palácio dos Despachos; além de manter bem baixo o índice de intenção de voto no candidato Márcio Miranda. Quem está retratando verdadeiramente os fatos? Qual instituto está conseguindo mensurar a realidade das ruas? Caso haja de algum lado (o que não acredito, porém precisa-se levantar a questão) a manipulação de dados, os próximos dez dias – caso haja – deverá se corrigida por algum instituto em suas futuras projeções. Esse efeito de esticar ou contingenciar intenção de voto em uma determinada candidatura não é novidade se tratando de pesquisa eleitoral.

Nos próximos dez dias, mudanças ocorrerão. Quem as fará: Ibope ou Doxa? Com diferenças entre ambos os institutos, não há como estarem certos ao mesmo tempo. Ou se estão, suas coletas são geograficamente bem distintas. Quem corrigirá os seus dados?

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