Drible da desistência

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Conforme adiantando por meses pelo Blog do Branco, a pré-candidatura presidencial de Sérgio Moro não iria se tornar viável. Sua filiação ao Podemos, em novembro do ano passado, era uma esperança ao próprio em se tornar eleitoralmente viável. Se colou ou vendeu a ideia de que seria o nome que se colocaria como uma alternativa aos – chamado por ele – extremos, estes compostos à Direita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), e à Esquerda pelo ex-presidente Lula (PT).

O tempo foi passando e a pré-candidatura de Moro não deslanchava. Sua margem nas pesquisas variava entre 8% a 11%, o que não lhe permitia pensar em um segundo turno. Seu nome era rechaçado por bolsonaristas (que o chamavam de traidor) e por petistas, por considerarem a sua atuação imoral enquanto juiz ao condenar o ex-presidente Lula, no caso do Triplex. O caso teve a sentença anulada assim como outras pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Pois bem, no plano político, a candidatura de Moro à Presidência da República não seria viável. Além de ser rejeitado pelos apoiadores dos dois pré-candidatos mais bem colocados nos levantamentos divulgados até aqui, a própria classe política o rejeitava, justamente por sempre ter tido uma postura antipolítica. Se eleito presidente, como governaria com um Congresso duramente criticado?

Outro ponto que pesou negativamente sobre a pré-candidatura de Moro, foi a sua própria limitação de entendimento. Demonstrou total desconhecimento sobre diversos assuntos. Se resumia a tratar sobre corrupção. Não conhece o Brasil, não propôs, por exemplo, ações concretas, planos estratégicos para os diversos gargalos do país.

Pois bem, mais cedo, em um hotel na Zona Sul da capital paulista, Moro assinou a ficha de filiação ao União Brasil, após se desfilar do Podemos. A sua nova “casa” é o resultado da fusão do PSL com o DEM. No evento que selou a sua entrada na nova legenda, o ex-juiz deixou claro abrir mão de sua pré-candidatura à Presidência da República (na verdade pelas circunstâncias, se viu obrigado a desistir). Pessoas próximas ao ex-ministro afirmam que ele deverá concorrer a uma das 70 vagas de deputado federal que São Paulo tem direito, já que mudou o seu domicilio eleitoral para o estado mais rico do Brasil.

Sérgio Moro tenta de todas as formas sobreviver politicamente. O Blog do Branco avisou desde o ano passado que o ex-juiz não seria candidato ao Palácio do Planalto. Não teria essa musculatura eleitoral e também sabe que precisa ter imunidade parlamentar. Moro entendeu como funciona a política.

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