Eleições 2022: a retroescavadeira e o tabuleiro político de Parauapebas

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Na última quarta-feira, 30, o empresário do ramo de máquinas pesadas, João Vicente Ferreira do Vale, conhecido como “Branco da White”, até então o presidente municipal em Parauapebas do Partido Republicano da Ordem Social (PROS), deixou a legenda e se filiou ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), assumindo o comando do ninho tucano parauapebense.

A decisão de sua saída, dada por exclusividade pelo Blog do Branco, pegou todos de surpresa. Integrantes do partido e nem mesmo os quatro vereadores que compõe a bancada do Pros na Casa de Leis da capital do minério, sabiam da decisão do empresário. Vale fez um trabalho elogiável na campanha eleitoral de 2020. Montou com cuidado os candidatos do partido como objetivo de fazer no mínimo três cadeiras e, quem sabe, – conforme conseguido – quatro assentos, para ser a maior bancada do parlamento da capital do minério.

Sua saída sem antes consultar seus correligionários foi polêmica. Um movimento considerado unilateral e que mostrou seu desprendimento em relação ao Pros. Prevaleceu, acima de tudo, a sua vontade em realizar o seu maior objetivo na política até aqui: ser senador da República. O empresário será o primeiro suplente do ex-prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro (PSDB). Seria, portanto, por esse motivo que Branco, de fato, deixou o partido que ajudou a construir em Parauapebas?

Sua saída do Pros teve efeitos. De partida, um deles foi o enfraquecimento da candidatura do vereador Eleomárcio Lima, que vem se movimentando para ser o próximo presidente da Câmara, pois havia acordo firmado para que no último biênio da atual legislatura, a cadeira da Presidência seria do Pros. O citado vereador não tem a simpatia do governo municipal, que já trabalha para fazer Rafael Ribeiro (MDB), presidente daquela Casa de Leis.

Branco abriu mão do Pros?

Como deixar de lado uma legenda que possui quatro vereadores, além de importantes espaços no governo municipal? Está claro que o empresário foi para o PSDB com a condição de ter o controle do ninho tucano na capital do minério. Concomitantemente a isso, deixar alguém de sua confiança no controle do Pros. Quem seria esse nome? Tudo indica que deverá ser o atual secretário de Obras e vereador licenciado, Luiz Castilho. Desta forma, “Branco da White” poderá dirigir direta e indiretamente duas legendas.

De fato, o empresário não entende só de maquinário pesado, mas também de articulação política. Pode-se se comprovar isso na prática. Mexeu bem as peças do tabuleiro.

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