Mal acabou o processo eleitoral municipal de 2024, foi dada a largada em relação às Eleições Gerais de 2026. O que pode parecer “queima a largada” é, na verdade, o jogo político acontecendo. Neste sentido, a Doxa divulgou ontem, 23, pesquisa eleitoral sobre a disputa ao governo do Pará que acontecerá em menos de dois anos.
O levantamento foi realizado em 81 municípios a partir de junho de 2024. Foram 33.108 entrevistas realizadas durante esse período. Os entrevistados respondiam a seguinte questão estimulada: “Se a eleição fosse hoje, e estivessem disputando os seguintes candidatos, em quem você votaria para governador do Estado do Pará”.
Foram apresentados aos entrevistados seis nomes: o prefeito de Ananindeua, Dr. Daniel (PSB); a vice-governadora, Hanna Ghassan (MDB); ex-governador Simão Jatene (sem partido); deputado federal Eder Mauro (PL); senador Beto Faro (PT); deputado estadual Chicão (MDB) com 1,6%.
Segundo a Doxa, Daniel Santos, Hana Ghassan e Simão Jatene estão tecnicamente empatados, mesmo sem ter sido divulgado a margem de erro. O prefeito de Ananindeua lidera com 13,4%, a vice-governadora aparece em segundo com 12,6%, com o ex-governador tucano com 11,8%. O quarto nome mais citado é do deputado federal Eder Mauro (PL) que desponta com 9,3%. O senador Beto Faro (PT) aparece na pesquisa Doxa com 6,6%. Em última colocação vem o presidente da Alepa, deputado Chicão (MDB) com 1,6%. Os indecisos somam 38,4% e aqueles que pretendem anular ou votar em branco totalizam 6,3%.
Análise do Blog do Branco
Em linhas gerais, os números acima chamam atenção sob dois aspectos: o bom desempenho da vice-governadora Hana Ghassan, que aparece em segundo, com diferença menor de um ponto para o primeiro colocado. Tal desempenho mantém o nome da citada na disputa, afastando qualquer possibilidade de troca na indicação por baixo desempenho como muitos andam falando. Ghassan a 22 meses da eleição se coloca como forte candidata à sucessão de Helder Barbalho. E o baixo desempenho do deputado estadual Chicão.
Vale registrar que Hana terá muito mais visibilidade política nos próximos meses, devendo assumir o governo do Estado em abril de 2026, ou seja, concorrer à reeleição. Diferentemente da eleição de 2022, quando Helder Barbalho venceu no primeiro turno, sendo o governador mais votado proporcionalmente do país, a eleição de 2026 deverá ser mais acirrada.
O prefeito de Ananindeua registra tal desempenho por ter se colocado nos últimos meses como o principal oponente do mandatário estadual, além de ter deixado claro que é pré-candidato a governador. Os ataques que sofreu serviram também para populariza-lo e “carimba-lo”como oposição. Todavia, o mesmo ainda não tem projeção estadual, o que o faz ser desconhecido em algumas regiões do Pará. Precisa ser a única candidatura de oposição para se viabilizar. Caso Simão Jatene e Eder Mauro se lancem candidatos, Daniel Santos tenderá a desidratar.
Simão Jatene aparece competitivo por conta de ter sido governador por três vezes. Éder Mauro apesar de não ter musculatura eleitoral em todas as regiões paraenses, é visto como um nome muito ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (exatamente o que falta a Daniel Santos, que é bolsonarista, mas não é visto assim pelo eleitorado do ex-presidente). Apesar da Doxa ter colocado o referido deputado federal na lista de possíveis candidatos ao governo do Estado, Éder Mauro deverá continuar em Brasília reeleito ao parlamento federal ou tentar o Senado Federal.
Senador Beto Faro é citado porque há uma engenharia que é sustentada por especulações. O que se fala nos bastidores é que o PT aceitaria ter Helder Barbalho para vice na chapa de reeleição de Lula, mas para isso o MDB paraense deveria apoiar o referido senador petista para o governo do Pará. Fora isso, Beto Faro continuará com o seu mandato que só se encerrará em 2030.
Fechando a lista aparece o presidente reeleito da Alepa, Chicão, em último no levantamento, com apenas 1,6%. Ele é apontado como uma possibilidade em 2026, caso Hana Ghassan não “decolasse”, o que, pelo visto, não devera acontecer. Cogitasse também que Chicão concorra ao Senado Federal pelo MDB. A conferir.
De todo modo, a Doxa deu a largada na disputa pelo governo do Pará. Se tratando de política, 22 meses passam em um “piscar de olhos”.
Imagem: fotomontagem