Deivite Werner Araújo Galvão, 37 anos, está sendo o protagonista da eleição ao governo do Pará, sobretudo neste segundo turno. Mais conhecido como “Gordo do Aurá”, é atualmente vereador pelo Democratas no município de Ananindeua, o segundo mais populoso do Pará. O parlamentar é apontado suspeito de cometer homicídio, sendo preso em 2011 por tráfico de drogas e associação ao tráfico, além de ser acusado de fazer parte de uma poderosa facção criminosa que atua em todo o território nacional.
No mês passado, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) deflagrou a operação, denominada “Cristo Redentor”, e novamente o “Gordo do Aurá” voltou a ser preso, acusado pelos mesmos crimes de sua primeira prisão, em 2011.
Deivite Galvão se tornou o protagonista desta eleição ao governo do Pará. Ele figura em ambas as peças publicitárias dos dois candidatos que disputam o segundo turno, e que tentam vincular a imagem do adversário ao do vereador de Ananindeua, buscando assim “colar” negativamente o vínculo junto ao eleitor.
Quem é amigo do “Gordo do Aurá”? Vem monopolizando os debates entre Helder Barbalho e Márcio Miranda. Em uma seara perversa de demandas que o Pará precisa resolver, o debate central se resume a qual dos dois candidatos é mais próximo ao vereador que é acusado de inúmeras ilicitudes.
Com menos debates de ideias e propostas, menos confrontos entre projetos e mais ataques entre si, a disputa tornou-se um desastre anunciado. O eleitor em sua maioria desconhece as propostas e pretensões dos candidatos ao governo do Pará; muitos votarão por impulso ou até mesmo pelo processo de desconstrução que ambos os candidatos promovem entre si.
O Pará é um ente federativo que apresenta um dos piores quadros sociais do território brasileiro. Em meio a está perversa realidade, inversamente proporcional a pujança econômica produzida pelo território paraense, se construiu a atual disputa eleitoral pelo Palácio dos Despachos, sustentada desta vez em menos debates e mais ataques. Estamos no meio de um vazio de ideias e propostas, que ao deixarem de serem debatidas, passaram a ser apenas pretensões. E no centro da disputa um vereador com extensa “folha corrida”. Pior para o Pará.