Em Paris sem ter saído do Brasil

Entramos na última semana de campanha presidencial deste segundo turno e, até o momento, o ex-ministro que concorreu nesta eleição, ficando em quarto lugar, Ciro Gomes (PDT), não apareceu. Sumiu. Não há rastros do mesmo em lugar nenhum, nem nas redes sociais, segmento em que o citado se fazia muito presente.

Dias após a apuração da eleição, em que se definiu a continuidade do processo eleitoral entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), Ciro gravou um vídeo deixando claro que seguiria a determinação de seu partido, que declarou apoio ao ex-presidente petista, porém sem citar qual papel ele teria neste segundo turno. Nem citou Lula nominalmente em seu pronunciamento. Afirmou lamentar as duas opções que restou ao eleitorado brasileiro.

Ficou claro, naquele momento, que Ciro não iria se mover em favor do PT. Teria a mesma postura que teve em 2018, ou seja, de total ausência. Na última eleição, por exemplo, o ex-governador cearense ao ter perdido a eleição, arrumou as malas e viajou a Paris. Não participou do segundo turno, não pediu voto a Fernando Haddad, candidato petista, que perdeu a eleição para Jair Bolsonaro. Muitos culparam e ainda culpam Ciro, especialmente os petistas, pela derrota de 2018. Não endosso esse movimento. Aquela eleição estava perdida. Mesmo que o pedetista tivesse se tornado um grande cabo eleitoral do PT, não teria como reverter, ou seja, uma virada naquele pleito. Bolsonaro venceria de qualquer jeito.

Na prática, agora, Ciro, digamos, foi à Cidade Luz sem ter saído do Brasil. A disputa eleitoral de 2022 foi, sem dúvida, a pior para o ex-governador cearense, que saiu muito menor eleitoralmente. O futuro político de Ciro é incerto. Uma nova disputa presidencial está praticamente descartada. Agora, temos uma nova força nacional que surgiu nessas eleições: senadora Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar na disputa presidencial e continua se destacando no segundo turno, agora ao lado de Lula.

Inquestionavelmente, Ciro Gomes é o mais completo quadro político que temos. Todavia, se perdeu no decorrer dos últimos anos. A eleição de 2022 confirmou isso. Saiu muito menor do que entrou. Uma pena. Quem perde é o país. Assim como ocorrido em 2018, em 2022, Ciro Gomes foi a Paris, mas, desta vez, sem ter saído do Brasil.

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

#veja mais

Faturamento da mineração em solo paraense recuou em 2023

O faturamento da indústria da mineração brasileira oscilou ligeiramente para baixo em 2023, quando comparado ao ano anterior, recuando de R$ 250 bilhões para R$

Rapidinhas do Branco – LXXXIII

Fake News Foi propagado nos últimos dias em Parauapebas, que o pré-candidato a prefeito, Rafael Ribeiro, presidente da Câmara Municipal, estaria impossibilitado de concorrer, pois

O escolhido do presidente

Na última quinta-feira (20), o deputado federal Eder Mauro (PSD) divulgou em suas redes sociais que o “martelo havia sido batido”. O senador Zequinha Marinho

Ciro e o voto útil II

Faltando oito dias para a eleição, a decisão se terá ou não segundo turno está quase sob decisão do eleitorado cirista, ou seja, quem hoje

A vez do Combu

O ano era 2009. Eu estava no quarto semestre do curso de Geografia e, naquele momento, iniciava a disciplina de Antropologia Geográfica. A professora Denise

Parauapebas: Vereadores, prefeito e vice-prefeito serão diplomados na segunda-feira (16)

A diplomação é o ato pelo qual a Justiça Eleitoral atesta que o candidato ou a candidata foi efetivamente eleito ou eleita pelo povo e,