Exposibram 2022: especialistas discutem como melhor lidar com rejeitos e segurança de barragens

Os rompimentos das barragens de Fundão, em Mariana (MG), e de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), trouxeram à tona um desafio para as mineradoras: como lidar com a disposição e gestão dos rejeitos de mineração. Sabe-se que as barragens a montante, como as duas que romperam, são modelos que, pouco a pouco, vêm sendo eliminados pelas indústrias com a descaracterização dessas estruturas.

Nesse cenário, uma melhor destinação dos rejeitos e, até mesmo, o reaproveitamento do resíduo da produção de minério foram discutidos durante palestra realizada no segundo dia (13/09) da Exposibram 2022. Participaram do evento o diretor do Conselho Internacional de Mineração e Metais, Aidan Davy; a engenheira geotécnica sênior da Alcoa, Mônica Moncada, e o diretor de Geotecnia da Vale, Rafael Bittar. A moderação ficou a cargo do gerente sênior de Gestão de Barragens da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, Marcos Antônio Lemos Júnior.

Os três palestrantes apresentaram quais são as dificuldades para lidar com os rejeitos e quais as soluções a curto, médio e longo prazo. O primeiro a falar, Aidan Davy apresentou as principais diretrizes do Global Industry Standard on Tailings Management ou Padrão Global da Indústria para Gerenciamento de Rejeitos. É o primeiro padrão global de gerenciamento de rejeitos que pode ser aplicado à instalações de rejeitos existentes e futuras, e foi lançado em 2020, em decorrência da tragédia de Brumadinho.

Mônica Moncada destacou que, além da aplicação do Global Standard, é fundamental que as empresas estejam constantemente planejando, colocando em prática e verificando as ações de segurança das barragens, mas citou algumas dificuldades. “É preciso destacar que algumas das diretrizes do Global Standard são muito abertas a interpretação, e isso gera dificuldades na implementação. Acredito que são necessárias melhorias para que o documento seja mais prescritivo”, pontuou.

Antes de iniciar sua apresentação, Rafael Bittar destacou a preocupação da Vale com a reparação dos danos decorrentes do rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em 2019. “Gostaria de, publicamente, reconhecer o nosso respeito às vítimas e aos familiares afetados pelo acidente de Brumadinho. Vamos continuar trabalhando duro na reparação dos danos. É um compromisso da companhia, a qual jamais esquecerá o que aconteceu”, disse.

Em seguida, o diretor de Geotecnia da Vale ressaltou algumas das iniciativas aplicadas na empresa, focadas na gestão dos rejeitos. “Antes mesmo da publicação do Padrão Global, começamos a reforçar a governança, revisitando e remodelando o nosso sistema de gestão de barragens e rejeitos. Implementamos, ainda, centros de monitoramento geotécnico, revisamos processos-padrões e nos comprometemos publicamente a adotar o Global Standard”, exemplificou. Bittar concluiu acrescentando que a empresa adotou soluções de menor risco, como a filtragem dos rejeitos, o desenvolvimento de produtos baseados nesses resíduos e a descaracterização de barragens construídas com o método a montante.

Com informações Revista de Mineração. 

Imagem: Notícia Sustentável. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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