“Fala com o Zequinha” o apoio à ilegalidade na Amazônia

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Que o senador da República e atual candidato ao governo do Pará, Zequinha Marinho (PL), vem atuando em Brasília em prol de madeireiros e garimpeiros, contribuindo através de seu mandato para aumentar o desmatamento e, consequentemente, a grilagem de terra na Amazônia, em especial no Pará, não é novidade.

Em junho deste ano, este Blog tratou das acusações feitas pelo delegado da Polícia Federal (PF), Alexandre Saraiva, em entrevista à Globo News, em que acusou diversos parlamentares, dentre eles o citado senador, como um dos que atuam no Congresso Nacional em favor da grilagem de terra na região amazônica.

Sob Marinho pesa – segundo Saraiva – atuação política nos bastidores contra ações de combate à grilagem de terras e extração ilegal de madeira, o que foi negado pelo senador através de uma nota enviada à imprensa, que ameaçou ainda processar Saraiva por essas acusações. O delegado vem após a polêmica entrevista pedindo aos que foram citados por ele que o processem, para que ele possa demonstrar na Justiça tudo que afirma, sustentado em documentos, que segundo o próprio enchem dois “carrinhos de supermercados” em provas. Em seguida, nas semanas seguintes, Zequinha se calou sobre esses fatos.

Agora, através de uma extensa matéria jornalística produzida por Amanda Audi, da Agência Pública, o caso volta à pauta, com vídeos gravados via aparelho celular, com áudios, que apontam para o senador do PL a figura de apoiador de invasão de terras públicas. Segundo a jornalista, a leniência do poder público, que quase não toma providências para evitar a devastação, tem um rosto por trás: o do senador Zequinha Marinho.

A Pública apurou através de uma reunião de relatos e documentos que mostram que Zequinha é um dos responsáveis por abrir as portas do governo federal para lobistas, madeireiros, grileiros e garimpeiros que atuam na Amazônia. “Chama o Zequinha” se tornou uma frase repetida por todos aqueles que buscam ajuda do senador que mais defende essas atividades.

E como Marinho atua? Audi afirma que isso ocorre através de envios de ofícios de seu gabinete para órgãos públicos responsáveis pela fiscalização, além de promover reuniões em defesa da causa (por vezes ao lado de pessoas investigadas por enriquecer destruindo a floresta).

A invasão de posseiros sem nenhum direito legal de uso do espaço mostra que Zequinha conseguiu, à sua maneira, conquistar seu objetivo. A tomada do espaço ocorreu enquanto os olhos do país estão voltados para as eleições de outubro e contribuiu para que a Amazônia registrasse um novo ‘dia do fogo’, no dia 22 de agosto, com o maior número de focos de incêndio dos últimos cinco anos”, apurou Amanda Audi.

É conhecido os discursos e ações, via ofícios, que Zequinha faz contra o Ibama, reprimindo o órgão de agir contra garimpeiros e madeireiros. Segundo Amanda, um dos últimos atos da história ocorreu em abril deste ano. O senador enviou um ofício a Eduardo Bim, presidente do Ibama, que a reportagem obteve. Ele pede providências quanto a “ações intentadas” de fiscais contra ocupantes ilegais do local. O parlamenta segue o mesmo discurso e atuação contra a Funai.

O Blog do Branco deixa o espaço aberto para que o senador Zequinha Marinho (PL) se manifeste sobre o conteúdo deste artigo. 

Com informações de A Pública (adaptado pelo Blog do Branco). 

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*Esta reportagem adaptada faz parte do especial Emergência Climática, que investiga as violações socioambientais decorrentes das atividades emissoras de carbono – da pecuária à geração de energia. A cobertura completa está no site do projeto.

Imagem: Folha do Progresso. 

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