Fator Marinho. Parte II. Mais uma ruptura

Na semana passada, foi anunciado um fato que poderá trazer grandes rebatimentos ao processo eleitoral na disputa pelo governo do Pará. O senador Zequinha Marinho (PSC) rompeu com os Barbalho. Tal afastamento custou o espaço do citado parlamentar na máquina estadual. O Diário Oficial do Estado (DOE) publicou uma “chuva” de exonerações de nomes ligados ao senador.

Vale lembrar que Marinho teve grande influência no resultado da última eleição ao governo do Pará. Jatene, então governador, havia acertado a sua desincompatibilização do cargo para concorrer ao Senado Federal, e contava que Zequinha Marinho aceitaria a sua proposta de ficar em seu lugar sem concorrer à reeleição, o que não foi aceito, forçando, portanto, a permanência de Jatene no cargo. Em seguida, Marinho se lançou candidato ao Senado, com apoio dos Barbalho, passando a ser uma persona no grata no governo estadual.

Desde 2019, Zequinha vem mantendo certo distanciamento de Helder e Jader. Nunca demonstrou subserviência aos até então citados aliados. A relação só esfriou até o ponto de ter sido rompida. Já não é novidade aos que acompanham política de perto que Marinho almeja disputar o governo no próximo ano, o que não interessa nenhum pouco ao atual mandatário estadual. Por isso, o rompimento.

O senador do PSC afirma que contará e poderá ser o candidato do presidente Jair Bolsonaro ao governo do Pará, o que poderá garantir uma boa base de apoio bolsonarista em solo paraense. Por enquanto, a única pesquisa que se tem conhecimento sobre a disputa estadual no Pará, o levantamento que teria sido “vazado”, coloca Marinho com quantitativo de rejeição maior do que a intenção de voto. Todavia, com o apoio público de Bolsonaro, tudo pode mudar.

O que se quer de partida do ponto de vista da oposição é que Helder Barbalho não vença a eleição em primeiro turno, como muitos esperam. Forçar um segundo turno para que novas alianças se formem e, quem sabe, encerrar o ciclo dos Barbalho no comando do Executivo paraense, o que até mostra-se algo totalmente fora da realidade.

Zequinha sempre demonstrou certa independência como político. Os acordos que costuma fechar são casuais, atendem a um objetivo eleitoral e só. Foi assim com Jatene e está sendo com Helder. Se Marinho será um candidato competitivo ainda está cedo para afirmar isso. A disputa de fato não começou. Se for o candidato de Bolsonaro ao governo, poderá aumentar as chances da eleição não ser decidida em primeiro turno, o que Helder mais trabalha para ocorrer. A eleição de 2022 poderá ter contornos e resultados próximos a de 2018? O fator Marinho poderá ter a mesma influência que teve há quatro anos? A ver.

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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