Fora da disputa

Ontem, 31, o ex-governador Simão Jatene (PSDB), anunciou através de sua rede social, a sua desistência em disputar qualquer cargo nas próximas eleições. Um em vídeo de pouco mais de oito minutos, o ainda tucano, misturou narrativas pessoais com poéticas, reapresentou obras feitas em suas gestões, atacou adversários (narrativas recorrentes quando Jatene grava vídeo) e fez o anuncio já sabido, porém não oficial: de que não será candidato nas eleições de 2022.

O ex-governador deixa claro que poderia se lançar na disputa eleitoral, pois concorreria sub judice, o que a lei eleitoral lhe garante, mas que preferiu – apesar da insistência de terceiros – não se colocar em tal situação. Essa foi a sua justificativa de não encarar as urnas em 2022. Todavia, a desistência também ocorreu (tal situação não deverá ser assumida pelo mesmo) por falta de condições mínimas políticas, ou seja, Jatene não conseguiu se tornar viável, não teve apoio de partidos, não foi cortejado por nenhuma legenda para o cargo que gostaria de disputar.

Apesar do anúncio de saída do PSDB, Simão ainda se mantém no partido, pois não assinou a sua ficha de desfiliação. Nos bastidores, desde quando anunciou a sua saída do ninho tucano, em novembro de 2021, vinha tentando ser candidato por outras legendas, mas não teve garantias. Assumia que gostaria de voltar a disputar o governo do Pará, em um novo embate contra Helder Barbalho (MDB), o que aconteceu apenas uma vez, em 2014, com a vitória do tucano.

Além da questão interna, Jatene têm outras situações que tornavam quase inviável a sua pretensão política de concorrer novamente ao Governo do Pará. A reprovação de suas contas de 2018 pela Assembleia Legislativa (Alepa) e mais recente condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico na campanha eleitoral de 2014, no uso de forma desproporcional recursos do programa Cheque Moradia, com a finalidade de obter votos para a reeleição. O que ocorreu na verdade foi só a reafirmação da condenação que já havia sido feita pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA). O TSE confirmou, portanto, a sua inelegibilidade até 2022.

A narrativa de não querer concorrer em condição desfavorável juridicamente foi a saída, digamos, honrosa, que o ex-governador encontrou para, possivelmente, deixar a vida pública. Na prática, a sua desistência, digamos forçada, é por falta de sustentação política. O partido que anunciou deixar, mas que ainda o integra, está nos braços do governador Helder, além de que nenhuma outra legenda não quiseram lançá-lo governador. Sendo assim, não há o que fazer.

Cabe ao ex-governador em questão, encerrar a sua pomposa vida pública, conseguida por poucos, e curtir o resto do tempo de sua existência neste plano. Exercitar, por exemplo, um hobby que lhe é muito peculiar: pescaria. O jogo acabou para Simão Robson Jatene.

Imagem: reprodução de Internet.

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