Governo Bolsonaro: a dialética do sexo dos anjos

A expressão “o sexo dos anjos” ganhou o significado de perder tempo discutindo um assunto absolutamente inútil e impossível de ser determinado, quando existem problemas mais importantes. E parece que esse é o perfil até aqui do governo do presidente Jair Bolsonaro.

O país precisa implementar agenda importante, como a reforma da Previdência, a retomada da economia, o aumento dos investimentos, projetos e programas estratégicos; mas grande parte do governo (sobretudo os seus componentes do campo ideológico – também chamados de “olavistas” em referência a Olavo de Carvalho, o guro do presidente), mantém a narrativa de ataques aos costumes, ao ideário ideológico divergente, etc.

Caminhamos para o terceiro mês e o governo continua no palanque. Sua composição é dividida em grupos, os identificados: militar, ideológico e técnico. Enquanto o terceiro grupo trabalha, este liderado pelo ministro Paulo Guedes, com a presença de Sérgio Moro, e que convivem observados de perto pelos militares, uma ala que vem silenciosamente ganhando espaços no governo. O grupo restante, o da ideologia, composto pelos Bolsonaro, alguns ministros como Damares Alves, Vélez Rodríguez e Ernesto Araujo, fazem barulho e, de fato, discutem o sexo dos anjos.

A questão é que a cortina de fumaça criada pelo campo ideológico (que serve a princípio para tirar o foco dos problemas) está criando situações negativas ao próprio governo, não só a sua imagem e reforçando a queda de sua popularidade, mas também deixando de lado o maior objetivo da atual gestão no ano corrente: aprovar a reforma da Previdência.

Para se aprovar algo polêmico no Congresso Nacional, a aceitação da sociedade é fundamental e, para isso, o governo precisa primar pela comunicação, o que até o momento é um desastre. As polêmicas (vindas do campo ideológico) monopolizam a exposição do governo (geralmente de forma negativa), e o mundo real? A realidade?

Não há uma base sólida (isso com mais de dois meses de gestão) e, como disse em outro texto, sem ela, nada feito. A reforma chegará ao parlamento (pelo atual cronograma em meados de abril) e sem uma grande articulação do Palácio do Planalto, a reforma irá desidratar, ficando distante do texto original, aquele que mais interessa ao governo.

O Brasil tem pressa e não cabe o governo ficar discutindo – especialmente a sua ala ideológica – o sexo dos anjos.

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