Governo Darci Lermen: uma nova gestão para velhos desafios

Hoje, nas dependências do IFPA (Instituto Federal do Pará) de Parauapebas, o prefeito eleito Darci Lermen (PMDB) anunciou o 1º escalão de seu governo, que iniciará os trabalhos a partir do dia 01 de janeiro. Finalmente, depois de mais de dois meses de mistério, listas não-oficiais, blefes e boatos de bastidores, finalmente foi divulgado os auxiliares diretos da nova gestão que ocupará o Palácio do Morro dos Ventos.

Conforme esperado, diversos nomes que constavam em listas que foram divulgadas estão oficialmente no comando das áreas do governo. Outros são surpresas. Basta comparar aqui mesmo no blog as listas não-oficiais com a de hoje que o leitor perceberá proximidades. Mesmo não estando mais no PT, esperava-se na lista por relações políticas históricas com alguns “companheiros”, Nomes como: Margalho, Neto da Sehab e Luiz Vieira, só para citar alguns.

Segundo o próprio prefeito eleito em coletiva hoje, o segundo escalão (secretários adjuntos, diretores, presidentes de autarquias e departamentos municipais) serão anunciados na segunda-feira, dia 02. Hoje, fora do primeiro escalão, os nomes dos titulares das coordenadorias de Recursos Humanos (Roberto Vieira) e Juventude (Rafael Ribeiro) tornaram-se oficialmente públicos.

Claramente a montagem do governo e a lista oficial divulgada hoje, mostra o claro objetivo do prefeito eleito Darci Lermen de buscar construir uma grande coalização político-partidário em seu governo. A grande maioria dos secretários municipais são presidentes ou estão na direção de partidos políticos que estiveram na coligação de Darci. Portanto, os ordenadores de despesas são em sua maioria genuinamente agentes políticos diretos. A proposta nas entrelinhas é buscar um grande pacto político em prol da cidade.

O desafio da nova equipe é grande. Irão assumir seus respectivos cargos em meio ao caos. Darci Lermen irá para o seu terceiro mandato e com desafios enormes. A gestão atual inegavelmente deixa como herança grandes investimentos em infraestrutura. Mas sem operacionalização, sem gestão. Por isso o caos se instituiu severamente na “capital do minério”.

O governo da “oportunidade” terá que mudar os rumos, promover desenvolvimento econômico, resgatando os investimentos. Isso sem poder contar com espaço de tempo generoso ou pelo menos razoável. Em política o período de “quarentena” dura no máximo quatro meses. Depois disso, a popularidade baixa, as críticas aumentam e a insatisfação popular cresce.

Conforme abordei em outro texto, o mote de campanha “oportunidade” foi excelente – jogada de mestre – para eleger, ganhar a disputa eleitoral, frente a uma máquina poderosa. Atendeu perfeitamente os apelos dos habitantes em um município em crise. Mas, poderá ser um “tiro no pé” para a nova gestão, caso as pretensões e objetivos estipulados pelo novo gestor municipal não consigam se concretizar.

Acredito que Darci possa fazer boa gestão. A seu favor conta um instrumento primordial em gestão pública: experiência gerencial. O novo mandatário da política local sabe que terá em seu encalço sistemas e órgãos externos de controle e fiscalização. Portanto, tudo se torna imprevisível. Como ele mesmo se intitulou de “maestro”, é dessa forma, sem dúvida, que Lermen deverá ser. Caso contrário, a “oportunidade” se tornará um grande fracasso.

Sinceramente desejo ao prefeito eleito, seu vice e seus secretários boa sorte e sucesso. Não se pode fazer a politicagem do “quanto pior, melhor”. Parauapebas não merece ser mais maltratada. A “capital do minério” precisa virar a página, retomar o seu desenvolvimento e buscar outras alternativas econômicas. O tempo não perdoa e o minério está acabando.

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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