Helder Barbalho começa a mudar a estratégia para 2018

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Inegavelmente o atual ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, herdeiro político de Jáder, o maior político paraense em atividade, concorrerá novamente ao Palácio dos Despachos, em 2018. Na última disputa estadual, o ex-prefeito de Ananindeua venceu no 1º turno e perdeu no 2º turno para ao atual governador do Pará, Simão Jatene, que naquele momento conquistava o seu terceiro mandato, algo inédito na política paraense.

A derrota de Helder após o fechamento dos números pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) confirmou o que se esperava: o peemedebista perdeu na Região Metropolitana de Belém (RMB) e no nordeste paraense. O filho de Jáder venceu no sul, sudeste e oeste do Pará. Mesmo com a vitória na maioria dos 144 municípios do estado, o maior colégio eleitoral fica na RMB e adjacências e foi o que decidiu favoravelmente ao tucano.

Após dois anos, o perfil político e futuro eleitoral não sofreu significativas mudanças. Ou seja, Helder continua em alta nas regiões em que venceu e Jatene nas municipalidades próximas à capital. É neste contexto (que dificilmente irá mudar até a disputa de 2018) que o atual ministro da Integração Nacional começou a mudar os rumos do processo político, alterando assim, a estratégia que vinha seguindo. Helder continua em volumosa agenda como ministro nos interiores paraenses, mas parece que isso irá mudar.

No último dia 11, véspera do aniversário de 401 anos de Belém, foi apresentado importante projeto: “Belém Porto Futuro”, grande obra de revitalização de grande parte da área portuária da capital do Pará. O Projeto consiste diretamente na valorização de duas áreas. Uma é a antiga residência de Miramar, onde a população terá acesso ao Museu de Gastronomia Paraense, além de um Mirante Contemplativo, que apresentará uma nova imagem da cidade.

Já a outra área será a região portuária de Belém, que promoverá a integração do porto com a cidade a partir da criação de um novo pátio de contêineres e píeres para recepcionar moradores e visitantes. O local contará com a criação de um grande parque urbano banhado por um lago contemplativo, que vai abrigar uma praça infantil, área de convivência, área para animais de estimação, central de apoio, espaço saúde e praça de alimentação. A região terá ainda uma Feira Livre, Mercado Municipal, Centro Cultural Paraense, Museu de Arte Moderna, Museu do Círio, escritórios e um amplo estacionamento.

O projeto, que foi lançado em abril de 2016, quando Helder era então ministro de Portos, e pretende transformar uma área portuária de aproximadamente 2 km em um polo de desenvolvimento da capital, por meio da recuperação da infraestrutura, atração de investimentos, oferta de serviços e geração de emprego e renda.

Helder irá focar em um dos maiores problemas da capital paraense: o uso e deterioração da orla. Se o projeto se aproximar do que se mostrou no evento de lançamento, será uma das maiores obras públicas da capital paraense dos últimos 20 anos. Concorrerá com a “Estação das Docas” e “Mangal das Garças”, grandes marcas dos governos tucanos.

De fato, não há uma marca de Helder em Belém. Politicamente e eleitoralmente o herdeiro político de Jáder é fraco na capital. Isso ficou evidente na última disputa eleitoral. Nem em Ananindeua, município vizinho, que governou por oito anos, Helder teve expressiva votação.

Com a sua possível vitória nas urnas nas regiões: sul, sudeste e oeste paraense, a estratégia agora é avançar nos municípios em que o ministro não teve a maioria dos votos, em 2014. Neste contexto a RMB é estratégico. Segundo dados atualizados do TRE, o Pará possui 5,5 milhões de eleitores. A RMB soma 1,4 milhão e Belém pouco mais de um milhão de eleitores. Foi justamente esse montante, em sua maioria, que elegeu pela terceira vez Simão Jatene ao comando do Executivo paraense.

O ministro terá pouco menos de dois anos para avançar politicamente na RMB. Sua liderança e possível vitória nas regiões já citadas neste texto parecem que irão se confirmar. Resta ao peemedebista ganhar em território tucano. A revitalização de parte da orla de Belém já é um começo, o início da nova estratégia política para realizar o sonho de seu pai, Jáder, de ter o seu herdeiro político no posto mais alto do poder paraense.

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