Neste segundo turno na disputa pelo governo do Pará, os dois candidatos, Helder Barbalho (MDB) e Márcio Miranda (DEM) fincaram posição em Belém e em seus municípios vizinhos, assim como fizeram no primeiro turno. À época (tendo como a sua maior estratégia político-eleitoral), o candidato do MDB precisava reverter a sua alta rejeição nos arredores da capital, um dos motivos que sacramentou a sua derrota, em 2014. E conseguiu, haja vista que teve mais votos que o candidato do DEM na Região Metropolitana de Belém (RMB), que reúne 60% de todo o eleitorado paraense, e que era considerado um reduto tucano nas disputas pelo Palácio dos Despachos.
No fim de agosto, escrevi o texto (clique para acessar): “Helder Barbalho finca posição na RMB. A lição de 2014” oportunidade em que explico a estratégia do emedebista na eleição. Helder Barbalho só não venceu no primeiro turno porque “cobriu uma parte e descobriu outra”, ou seja, concentrou as suas ações na RMB, mas por outro lado, ficou ausente em diversos outros municípios, sobretudo nos grandes colégios eleitorais fora do entorno da capital paraense. Sua votação em municípios como Santarém, Marabá, Parauapebas e Paragominas, ficou abaixo do esperado, vencendo com pouca diferença o candidato ungido por Jatene.
Assim como o seu adversário, Márcio Miranda também está fixo na RMB. Após sucessivas vitórias em diversas eleições na capital e seus arredores, os tucanos agora representados pelo candidato do DEM, acompanharam a redução de votos na eleição de primeiro turno na RMB, e inversamente proporcional a isso, o crescimento de Miranda em outros redutos eleitorais, anteriormente majoritariamente favoráveis ao Barbalho.
E assim será até o domingo, 28, dia da votação: ambos fixos na Região Metropolitana de Belém. O candidato do MDB quer manter – no mínimo – a votação que obteve no último dia 07, no agora ex-reduto tucano, e através de seus emissários: deputados, lideranças, senadores e prefeitos aumentar o seu volume de votos nas outras regiões paraenses. Márcio Miranda também marca território na mesma região de seu adversário, porém precisa ampliar o seu montante de votos na RMB em relação ao conseguido no primeiro turno, caso queira promover a virada nas urnas.
Os candidatos fixam-se na capital; os interiores ficam com os cabos eleitorais. A disputa eleitoral só confirma as “ilhas” internas do território paraense. Dia 28 saberemos se ocorrerá o fim da dinastia tucana (com nova “roupagem” na candidatura de Miranda) ou o início (ou re-início) da dinastia dos Barbalho, agora com outra geração.