O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), foi o entrevistado desta semana da Revista Veja, em sua edição de nº2798, de 20 de julho. A entrevista foi feita pelo jornalista Sérgio Quintella, que aproveitou a estada do mandatário paraense em São Paulo, por conta de alguns encontros políticos, que incluiu conversas com o ex-presidente Lula (PT).
Quintella deixa claro na entrevista o seu reconhecimento pela musculatura política que o herdeiro político de Jader conseguiu. Até o momento, vinte agremiações vão embarcar em seu projeto de reeleição, incluindo PT, PSDB, PDT e União Brasil. Enquanto se prepara para receber muitos dos candidatos a presidente em seu palanque (Lula, Ciro Gomes, Simone Tebet e Luciano Bivar) quando a campanha estiver liberada.
Meio Ambiente
A primeira pergunta feita ao governador do Pará foi em relação ao meio ambiente. Recentemente, Helder esteve em Davos (Suíça) em que tratou de ações de sua gestão em defesa de um modelo sustentável para a Amazônia, que possa incluir atividades econômicas e preservação. Barbalho falou do descompasso entre discurso e prática, pois o Brasil tem um papel protagonista no mundo, mas o que se acompanha é a desmobilização dos órgãos ambientais. Segundo ele, temos que tratar a floresta em pé como commodity, como um ativo econômico.
“Não vejo movimentos por parte do Ministério do Meio Ambiente para trabalharmos juntos para construir uma estratégia, mostrar de que forma poderíamos colaborar. O que acontece: quando precisam de logística para alguma atividade, o diálogo se dá no âmbito do terceiro escalão. Não há uma liderança por parte do ministério para construir soluções…” reclamou ele.
Relatou os avanços na área conseguidos em sua gestão, justificando o aumento dos índices de desmatamento apontado pelo jornalista, que ocorrem em áreas federais e não estaduais. Cobrou publicamente ações integradas entre governo federal e os governos estaduais que compõe a Amazônia Legal.
Eleição Presidencial
Sobre a eleição presidencial, Helder Barbalho afirmou que mantém o seu apoio à pré-candidatura de Simone Tebet, de seu partido, mas terá em seu palanque o ex-presidente Lula. Reconheceu que a eleição está polarizada entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (PL) e que a Terceira Via não terá chances. Externou que o MDB é um partido que não conseguiu construir candidaturas populares, mas é uma legenda imprescindível para a manutenção da democracia.
Eleição no Pará
Sobre a sua reeleição, Helder deixou claro que está tranquilo. Terá um amplo arco de alianças ao seu lado, que tende a chegar a 20 partidos, sobrando apenas a extrema esquerda e o PL (partido que abriga os bolsonaristas no Pará) que estarão na oposição. Pesquisas eleitorais apontam a real possibilidade de Barbalho se reeleger em primeiro turno, o que seria um grande feito para as suas pretensões políticas futuras.
Imagem: Egberto Nogueira.