Impasse paulista

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Quem acompanha o processo político-eleitoral nos estados, já tem ciência que, no caso da disputa pelo Governo de São Paulo, o segundo maior orçamento público do país, a situação anda um tanto quanto complicada. É sabido que PT e PSB estão juntos, inclusive com o lançamento da pré-candidatura presidencial de Lula, que inclui ter o ex-governador Geraldo Alckmin, recém filiado ao PSB, como vice do petista. Em alguns estados como Pernambuco, as duas legendas já se entenderam na disputa pelo governo estadual.

O impasse maior é até aqui de difícil resolução está no nome que disputará o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. O petista que já foi ex-ministro e ex-prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, lidera todos os levantamentos divulgados até a data deste artigo, além de manter uma boa vantagem sobre o também constante segundo colocado, o ex-governador Márcio França, do PSB.

Ninguém quer como se diz popularmente “largar o osso”. Ambos se respeitam e evitam entrar em confronto, pelo menos até o momento, mas se sabem que o PSB quer o apoio petista ao Executivo paulista. Já o PT – como sempre – não abre espaços para aliados. Como resolver? Há possibilidade das duas legendas chegarem a um único nome? Portanto, um dos lados terá que ceder.

Na disputa ainda temos o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vem em terceiro, e tem como objetivo criar palanque ao presidente Jair Bolsonaro, do PL, no estado mais rico do Brasil. Na quarta posição está o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB), quem vem gradativamente subindo nas pesquisas, mas ainda longe de qualquer possibilidade de segundo turno. França e Freitas andam empatados se for considerado a margem de erro nos mais recentes levantamentos.

No caso do PT e PSB, o que fazer? Os petista estão muito à frente dos socialistas nas pesquisas, em tese, teriam a preferência. Todavia, França lutará até o fim para manter a sua pré-candidatura. Caberia uma dobradinha entre ambos? Com a possibilidade de troca em outra eleição? O PT ofereceria a vaga ao Senado ao PSB? Ou marcariam uma data para definir um só nome, como se fala nos bastidores, evitando, portanto, um autofagismo do campo à Esquerda, em São Paulo? Caso não cheguem em um acordo, mantendo as duas pré-candidaturas, Lula teria dois palanques. Como gerenciar isso sem criar atritos, por exemplo, em um eventual segundo turno?

No caso de Freitas, o Bolsonarismo, muito atuante dentro do estado de São Paulo, o faria chegar ao segundo turno, em uma possível disputa com Haddad? Ou o ex-ministro de Bolsonaro ganharia neste autofagismo da Esquerda, podendo ultrapassar França?

Nessa disputa eleitoral, outro assunto relevante é o alto risco do PSDB ter encerrado a sua longa hegemonia no Palácio dos Bandeirantes, que vigora desde 1994. Garcia teria condições de chegar ao segundo turno? Pelo que se analisa até aqui, não.

Imagem: Carta Capital. 

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