Uma das maiores incógnitas da eleição municipal da capital paraense era saber se o ex-governador Simão Jatene seria ou não candidato a prefeito de Belém pelo PSDB. Segundo postagem do Blog “Espaço Aberto” do competente Paulo Bemerguy, em reunião do Partido Socialista Brasileiro (PSB), realizada na última terça-feira, 21, o atual tucano-mor da política paraense, disse que não é pre-candidato e nem será candidato ao Palácio Antônio Lemos.
O veículo citado afirmou que a reunião contou com a presença do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB), deputado federal Cássio Andrade (PSB), deputado estadual Thiago Araújo (Cidadania) e o presidente da Câmara Municipal, vereador Mauro Freitas (PSDB). Os parlamentares – como já dito pelo Blog há pouco mais de um ano – são os que disputam a indicação de Coutinho.
Com a desistência de Jatene em concorrer (o que deve ter sido muito comemorado de forma reservada por Zenaldo), e sem um nome forte dentro do partido (PSDB), o alcaide municipal deverá escolher uma opção de fora do ninho tucano. Entre os três que estavam presentes na reunião e que são os “virtuais” indicados, o nome do deputado federal Cássio Andrade (PSB) parece ser o favorito. É, sem dúvida, entre a tríade, quem reúne maior musculatura e estrutura política. E o escolhido deverá ter esses pré-requisitos. Os tucanos sem o governo do Pará, não querem perder a principal prefeitura paraense para um aliado do governador Helder Barbalho.
Como já dito aqui, independente do escolhido, será muito difícil defender um legado, uma gestão tão mal avaliada como a de Zenaldo. Caso Andrade seja o ungido, terá como narrativa a continuação de obras da gestão de quem o escolheu, ou se distanciará do atual prefeito? Como fazer isso (o mais recomendável para que se tenha sucesso na campanha), sem criar ressentimentos com o atual alcaide?
O silêncio de Helder
Se por um lado o cenário começa a ficar cada vez menos turvo; do outro, ainda há muitas dúvidas. Como todos sabem, a Prefeitura de Belém é uma prioridade ao governador Helder Barbalho. Tucanos e aliados governam a capital há 16 anos, e o mandatário estadual quer acabar com isso, já de olho em 2022. A questão é que no início do ano, Helder tinha um leque de opções (conforme analisado pelo Blog em diversas postagens sobre o tema), e que foram por inúmeros motivos se perdendo. De dentro de seu governo (sendo uma candidatura competitiva) a melhor opção era a da secretária estadual de Cultura, Úrsula Vidal. Ela saiu da disputa de forma “estranha”, perdendo o prazo de desincompatibilização do cargo. Mas isso já é passado…
Conforme dito por Bemerguy, há internamente dentro do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) paraense, pressão para que o deputado federal José Priante (primo de Jader) seja o escolhido. Priante já concorreu ao Antônio Lemos, em 2008, quando perdeu no segundo turno para Duciomar Costa (que viria a governar a capital paraense por dois mandatos). Porém, o nome do familiar não é do agrado do governador, e nem de seu pai. Sobre quem irá apoiar, Helder continua em silêncio. Assessores próximos ao governador dizem que a candidatura do deputado federal Edmilson Rodrigues (Psol), que lidera as pesquisas, agrada, e que não seria um problema a sua vitória.
A disputa avança e com ela as definições. Cássio Andrade – pela lógica do cenário atual – deverá ser o escolhido de Zenaldo. Já Helder deverá protelar ao máximo a sua escolha, haja vista, que o líder nas pesquisas o agrada, sendo reconhecido como aliado. Simão Jatene vai esperar mais dois anos, e se até lá estiver com a saúde em bom estado, deverá se lançar para disputar o governo do Pará. Sem esquecer que a vaga deverá ser pleiteada por Coutinho. Ou o atual prefeito de Belém se contentará em retornar ao Planalto Central brasileiro? A ver.