O governador Simão Jatene parece desconectado com a realidade. Sua gestão, a terceira à frente do Palácio dos Despachos vai de mal à pior. Tirando seus assessores e quem depende exclusivamente do governo para se manter, o apoia, mas o resto só crítica a inércia que o Estado paraense está submetido. O caos torna-se intermitente em diversas áreas, sendo a mais crítica a segurança pública. E até o momento não há uma atitude mais enérgica, mais prática, nem a saída mais costumeira entre os agentes públicos: troca de comando, neste caso, de secretário.
Ou o general Jeannot Jansen tem um grande poder de persuasão junto ao chefe ou não há explicação lógica para a sua manutenção à frente da Segup. Conforme abordei em outro texto, na atual configuração caótica da falta de segurança, o desgaste a imagem de Jatene e sucessivamente ao seu sucessor é enorme e poderá custar – quem sabe – o governo do Estado, em 2018.
O governador praticamente definiu o seu futuro político. Conforme manda o manual, quando se deixa um governo estadual geralmente o destino é Brasília, o Senado Federal. Pelo perfil “pouco ativo” de Jatene, esse deverá ser o melhor caminho. Oito anos no marasmo da Câmara Alta cairá como uma “luva” a Simão, podendo encerrar a sua vida pública após o período. Portanto, parece que o mandatário da política estadual está tranquilo. Em 2018, serão duas vagas em disputa, período em que o Senado será renovado em 2/3 de suas cadeiras.
Se Jader Barbalho não for alcançado pela operação Lava Jato e não tiver algo que provoque grande desgaste a sua imagem, o cacique peemedebista deverá concorrer novamente ao Senado. Portanto, Jader e Jatene são os favoritos para serem eleitos como os novos senadores do Pará, em 2018, fazendo companhia ao petista Paulo Rocha, que ainda terá quatro anos de mandato.
Com o futuro político quase resolvido, Jatene faz jus aos adjetivos negativos que o ex-governador Almir Gabriel sempre lhe atribuiu, parecendo não fazer grandes esforços para melhorar a própria gestão. Desta forma, o tucano-mor parece sabotar o próprio partido e o sucessor que irá escolher. Quem agradece a esse processo de sabotagem é o atual ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho (PMDB) que começa a despontar como favorito ao Palácio dos Despachos, em 2018.
Almir Gabriel sabia o que falava…