Em sua página oficial no Facebook, o governador Simão Jatene “subiu o tom” nas críticas ao seu principal adversário político: a família Barbalho. A réplica do governador ocorreu por conta de uma sequência de publicações por parte do jornal Diário do Pará sobre o desastre ambiental ocorrido em Barcarena, em que a linha editorial do referido periódico diário atribuiu a responsabilidade do sinistro ao governo do Pará, especialmente a atitude negligente (afirmação postada no jornal) da Secretaria de Meio Ambiente.
A postura de Simão sempre foi a de desconsiderar críticas. Em raros casos ele se envolve em debate ou replica críticas que recebe, pelo menos publicamente. Não se expõe. Tem o hábito de deixar essa missão ao seu exército de assessores. Sua última resposta de forma mais direta aconteceu em dezembro de 2016. Ocasião da prisão de seu filho Alberto, na operação “Timóteo”, que investiga desvios de recursos públicos provenientes dos royalties da atividade mineral. Em um vídeo, Jatene externou dois perfis claros: o político e o pai. Em diversos momentos, ambos se misturaram (link ao lado) https://blogdobranco.com/politica/o-governador-o-politico-o-pai-jatene-e-simao/
Sem cerimônia, o governador atacou diretamente a família Barbalho e seu grupo de comunicação. Simão criticou o uso desses meios em favor de interesses políticos próprios. A crítica, de certa forma, não encontra sustentação, ou seja, de certa forma torna-se incoerente. O governador não possui grupo de comunicação, mas é notório a parceria dos governos do PSDB com as Organizações Romulo Maiorana (ORM). Portanto, indiretamente os tucanos aproveitam tal relação para se perpetuarem no poder e sustentarem com recursos públicos o império de comunicação rival dos Barbalho.
Novamente o governador mirou a sua “metralhadora” (pouco usada publicamente) verbal em direção ao grupo RBA de comunicação e a família que a controla. Não em vídeo, mas em formato textual. Abaixo a mensagem (publicada na íntegra) deixada pelo governador em sua página oficial no Facebook.
“O bom julgador julga os outros por si
Amigas e amigos, Só não vê quem não quer a tentativa desesperada e permanente do Império de comunicação que pertence parte vergonhosa da família Barbalho – e faço questão de destacar “parte” para não ser injusto com a família – de tentar manchar e desqualificar tudo e todos que contrariam ou ameaçam seus interesses nada republicanos.
Exemplos não faltam.
A Assembleia Legislativa e seu Presidente eram tratados como exemplo de democracia e gestão, mas somente até que o Deputado Marcio Miranda se tornasse ameaça ao indisfarçável desejo do grupo se apoderar dos cofres públicos, através do rebento, que a cada dia mais parece o pai, especialmente, na avaliação nada elogiosa que recebe da imprensa nacional.
Do mesmo modo, o Ministério Público e seus membros, à semelhança do Poder Judiciário e dos Tribunais de Contas, na visão do grupo político, deixam de ser instância fiscalizadora e julgadora, e passam a ser meros serviçais do executivo, em linguagem quase sempre chula e desrespeitosa, quando suas decisões desagradam ao bando, como demonstra inclusive a recente, descabida e reveladora reação dos seus veículos, no caso do aterro sanitário de Marituba.
Agora, no permanente esforço diário de criar factoides, o grupo tenta desqualificar as ações do Estado na questão envolvendo a empresa Hydro, no município de Barcarena, como se fosse nossa ou do nosso governo, e não deles, conforme as inúmeras denúncias na Lava-Jato, a prática de relações promíscua com empresas.
Não! Não, senhores de triste história e inexplicado império. Não sou eu e tampouco o nosso governo, que tem sido frequentador assíduo de listas e denúncias da operação Lava-Jato por oferecerem favores a empresas. E não adianta tentar confundir a população.
Amigas e amigos, o governo, no âmbito da sua competência, tem sido absolutamente isento, técnico e responsável no tratamento da questão de Barcarena. A primeira determinação foi priorizar o atendimento às pessoas e evitar maiores danos. Nesse sentido, sem pirotecnia ou proselitismo político, foi definida com a Defesa Civil e a Secretaria de Saúde, em articulação com o Município, a disponibilização de água potável e atendimento em saúde, enquanto foi exigido que a empresa reduzisse e mantivesse as bacias de resíduos com desnível de, no mínimo, um metro, para garantir segurança face o elevado volume de chuvas que tem caído na região.
Posteriormente, conforme anunciado inclusive nos veículos de comunicação nacional, tendo em vista o não cumprimento por parte da empresa das obrigações definidas pela SEMAS, foi determinado que a mesma reduzisse sua produção em pelo menos 50%, para que fosse mantido o sistema de tratamento de efluentes e imposta multa de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) por dia, sem prejuízo de outras penalidades.
Amigas e amigos, só a tresloucada ideia, típica dos prepotentes e desesperados, que julgam ser possível torturar a realidade para que ela confesse não ser real, pode justificar a tentativa desse grupo político, mais uma vez, esconder e desvirtuar fatos. O povo do Pará não é bobo. Sabe quem sempre defendeu a compensação pela desoneração das exportações, sabe quem criou as taxas sobre recursos minerais, sabe quem defende o Estado, sabe quem é quem e tem demonstrado isso nas urnas”.