Jatene se movimenta

A disputa pelo governo do Pará saiu nos últimos dias de seu marasmo e registrou alguns movimentos. O ex-governador Simão Jatene (PSDB), que teve as suas contas de 2018 reprovadas pela Assembleia Legislativa (Alepa), o que o torna inelegível, tenta na Justiça reverter a situação. Espalha-se pelos quatro quantos que o tucano em questão quer concorrer novamente ao Executivo paraense.

A situação do PSDB no Pará é, no mínimo, estranha. O partido oficialmente não compõe a base do governo Helder Barbalho, mas tem ampla maioria de seus representantes na Alepa – incluindo a liderança do governo estadual, exercida pela deputada Cilene Couto – apoiando o governo.

A Executiva nacional tucana aguarda uma posição do que será definido aqui para poder encaminhar os direcionamentos para a campanha eleitoral do próximo ano. Portanto, Simão Jatene tenta se viabilizar como candidato, caso não seja ele, outro nome do partido; de toda forma, ele tenta evitar que o PSDB esteja com o atual governador na campanha de forma direta ou indiretamente.

PSD fora do Governo Helder

Outro fato que ocorreu nos últimos dias e que está relacionado ao tema deste artigo, foi a saída do PSD da base governista. A situação da citada legenda era, no mínimo, constrangedora. Era governista mas, na prática, não se comportava como tal. O partido é comandado no Pará por Helenilson Pontes, ex-vice-governador, e tem como seus principais expoentes políticos os deputados federais Eder Mauro e Joaquim Passarinho, ambos oposição ao governador. O primeiro até começou no governo, mas logo em seguida foi para a oposição.

Há dois dias, o deputado estadual Tony Cunha (PTB), divulgou vídeo ao lado de Simão Jatene, deixando claro que o registro era por conta de uma reunião política. De quebra, enalteceu as gestões do tucano, afirmando que “Pará precisa voltar a crescer”. O próprio ex-governador está se fazendo mais presente nas redes sociais, gravando vídeos, expondo suas realizações quando estava na condição de mandatário estadual.

Sob o ponto de vista político, o que inviabiliza muito a situação de Jatene concorrer novamente ao governo do Pará é a questão da posição do DEM. O partido se mantém na base governista, o que retira um fundamental apoio histórico aos tucanos. O ex-deputado estadual, Márcio Miranda, que concorreu – sendo indicado por Jatene – ao governo do Pará, em 2018, anda se movimentando, mas sabe que é praticamente impossível politicamente disputar o governo.

Conversas de bastidores apontam que o ex-governador tucano anda conversando com o ex-candidato a prefeito de Belém, delegado Eguchi, para compor uma coalização, atraindo assim o nicho bolsonarista paraense, que é claramente oposição ao governador Helder Barbalho.

A união de Jatene com representantes bolsonaristas e ainda com parte dos evangélicos, poderá, quem sabe, fazer frente ao favoritismo barbalhista, em 2022. Se nada disso se concretizar, Helder deverá se reeleger sem sustos. A ver.

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

#veja mais

O dono do Brasil

Os mais atentos sabem que o Brasil vive hoje, disfarçadamente, um regime parlamentarista. O presidencialismo não existe na prática, consta apenas na Constituição Federal. Tudo

Governo do Pará entrega 39 veículos para fortalecer assistência técnica e extensão rural

O Governo do Pará, por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater- Pará), entregou na tarde desta segunda-feira (28), Dia do Agricultor,

República do leite condensado

No último domingo (24), o site Metrópoles divulgou reportagem sobre os gastos de alimentação do governo federal, em 2020. O montante chegou a 1,8 bilhão

#TBTdoBlog: Governo Valmir – o último a sair apague a luz

Chegávamos ao fim do ano de 2016… Valmir Mariano, do PSD, vivia o seus últimos dias como prefeito de Parauapebas, depois de ter perdido a

Marabá: Pesquisa aponta cenário eleitoral difuso

MARABÁ, município da região Sudeste Paraense, é o quinto mais populoso do estado do Pará com mais de 270 mil habitantes, foi visitado pelos pesquisadores

A carta de Bebbiano

Logo após deixar o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, após ser exonerado pelo presidente, Gustavo Bebbiano escreveu uma carta ao chefe