João Dória, o “Último dos Moicanos” do ninho tucano

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O governo de São Paulo, o segundo maior orçamento público do país, é chefiado por um integrante do PSDB, João Dória, ex-prefeito da capital paulista. O citado praticamente foi quem sobrou dentro do ninho tucano, sem exageros, até em âmbito nacional.

Como é sabido, o PSDB foi o partido mais derrotado nas últimas eleições, além de ter diminuído a sua musculatura política nos Poderes Executivo e Legislativo pelo território nacional; o partido ficou menor, engolido pela “onda bolsonarista”. Neste contexto de terra arrasada, João Dória sobreviveu e manteve vivo o seu projeto de poder. Primeiro por conseguir vencer a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes; segundo por ter se tornando o maior nome de seu partido.

Nos próximos meses mais uma pretensão de Dória se concretizará: o PSDB terá eleições internas que definirá os seus novos dirigentes, dentre eles o seu presidente nacional (cargo hoje exercido pelo ex-governador Geraldo Alckmin) e – como já afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – João Dória deverá ser aclamado como o novo dirigente máximo da legenda.

Dória vem mais um vez estrategicamente montando o seu projeto de poder. Sua pretensão maior é o Palácio do Planalto, talvez, em 2022. O governador paulista ouviu na semana passada do próprio presidente Bolsonaro, que o mesmo não pretende disputar a reeleição. Essa será a aposta de Dória.

Há três anos, João Dória tornou-se prefeito da mais importante cidade do país, e dois anos depois governador do estado mais rico da federação. Enquanto o seu partido desidrata nacionalmente, ele hipertrofia-se politicamente. Foi o que sobrou do PSDB. Já mostrou que não é um agente de partido, ou seja, se mantém no ninho tucano porque sabe que terá o controle total de um dos maiores partidos do Brasil. Mas caso não veja a possibilidade de alçar voos maiores, mudará de legenda sem constrangimentos. Diferente do que diz, Dória é sim político, e dos bons. A prática comprova tal afirmação.

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