Nas últimas 48 horas que antecederam o fim do período de registro de candidaturas determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma notícia fez um verdadeiro reboliço no tabuleiro político paraense: que o ex-governador Simão Jatene, registraria a sua candidatura pelo Solidariedade, para concorrer ao Senado Federal. A informação partiu de dentro da citada legenda.
O ex-tucano está tecnicamente inelegível. Impedimentos como reprovação de contas de 2018, pela Assembleia Legislativa (Alepa) e abuso de poder econômico na campanha eleitoral de 2014, fizeram o Tribunal Regional do Pará (TRE-PA) condená-lo. Decisão foi confirmada em outubro de 2021, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que confirmou a sua inelegibilidade, até 2022. Portanto, o ex-governador não pode concorrer no pleito deste ano.
A informação de sua candidatura ao Senado, mesmo inelegível, o faria transitar por todo o processo eleitoral sob recurso de liminar. A questão é que o próprio, em entrevista, no ano passado, afirmou que nessas condições não participaria de qualquer disputa, em respeito à sua história e de seus eleitores, por ser sentir injustiçado, na certeza de que não cometeu nenhuma irregularidade. Então quem resolveu “vender” essa notícia? O partido com objetivo de se promover? Alguém da imprensa que, mesmo sem ter certeza da veracidade da informação, a propagou para ganhar engajamento em suas redes sociais? Jatene teria nos bastidores autorizado essa propagação só para criar um fato novo e ter seu nome em evidência?
Sua inelegibilidade se encerra ao fim deste ano, o que permite ao mesmo, ser candidato, quem sabe à Prefeitura de Belém, em 2024; ou ao governo do Pará, em 2026 (sem a participação de Helder Barbalho, que deverá concorrer ao Senado Federal, na eleição do citado ano).
Por ora, o ex-governador Simão Jatene continuará nos bastidores, organizando, quem sabe, seu retorno às disputas eleitorais daqui a dois anos. A ver.
Imagem: O Liberal.