Josemira quer inverter a lógica perversa de Auty investindo os royalties da mineração no desenvolvimento sustentável

Richard Auty teorizou sobre as economias que são dependentes quase que, exclusivamente, de um único recurso finito, com data para acabar, quase sempre, bem antes do planejado. Por isso lançou a teoria: “Maldição dos recursos naturais”. Tal base teórica seria sustentada no paradoxo da abundância de recursos não renováveis e o mal que eles causam a uma determinada região.

Auty, afirma que a supremacia e dependência de um único recurso causariam: declínio de outras atividades econômicas e tornaria a receita de arrecadação volátil. Ou seja, o município sempre teria indefinição orçamentária, podendo acarretar risco no cumprimento de compromissos. Se a compra do produto entrar em declínio, diminuir a sua compra no mercado internacional, as arrecadações despencariam.

Para evitar tal cenário volte a repetir, com o município de Canaã dos Carajás seja mais um triste exemplo da tal maldição, a prefeita Josemira Gadelha, do MDB, vem sendo um exemplo exitoso de como usar os recursos finitos

A mineração, que se estabeleceu como o motor do desenvolvimento local, desempenha um papel crucial na economia do município, gerando empregos com remuneração acima da média nacional. Canaã se destaca como o maior produtor de minério de ferro do estado, respondendo por 80% da produção estadual e 20% da produção nacional. Além disso, o município se firma como um relevante produtor de cobre, níquel e ouro.

A Compensação Financeira pela Exploração Mineral – CFEM é um imposto federal cobrado sobre a exploração de recursos minerais e os recursos econômicos arrecadados com a CFEM são distribuídos entre a União, os Estados, os municípios e os Distrito Federal. Os municípios mineradores recebem 60% dessa arrecadação com a CFEM, que podem ser utilizados em projetos de infraestrutura, educação, saúde, cultura, meio ambiente e outros setores.

A CFEM representa uma fonte crucial de recursos para Canaã dos Carajás, possibilitando investimentos em infraestrutura, educação, saúde e outros setores essenciais para o desenvolvimento municipal. Aproximadamente 51% da receita do município provêm da CFEM, o que impõe a responsabilidade de administrar os recursos com critério. Canaã conta com uma equipe técnica bem alinhada, que auxilia o planejamento do presente e o futuro do município, equilibrando as demandas do fluxo migratório e a visão de uma Canaã pós-mineração.

Os investimentos fazem parte da iniciativa “Canaã do Amanhã”, que estrutura as ações do município, equilibrando os impactos socioeconômicos da mineração e promovendo desenvolvimento sustentável na região.

Reconhecimento regional e nacional

O reconhecimento nacional da cidade como um centro econômico robusto é evidenciado pelos números do PIB per capita em 2021. Canaã dos Carajás figura entre os três municípios com os maiores índices, alcançando R$ 894.806,28, com ênfase nas indústrias extrativas como sua principal atividade econômica.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município atingiu um PIB de R$ 34,9 bilhões, destacando-se como um dos principais impulsionadores do crescimento econômico no país. O município integra a lista das 100 cidades com os maiores índices do PIB – Produto Interno Bruto do Brasil e segundo na atividade econômica do Pará.

No contexto regional, Canaã dos Carajás se destaca entre as 30 cidades mais ricas do Norte, com 6,20% de participação no índice total. O município, juntamente com Parauapebas, que ocupa o segundo lugar, representa uma fatia significativa do PIB da região, concentrando-se em setores como mineração e infraestrutura.

De acordo com a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas – Fapespa, O PIB de Canaã dos Carajás, de R$ 34,9 bilhões, contribuiu com 13,3% da produção estadual em 2021 e apresentou elevação da participação, de 2,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior (10,4%). A base da economia da cidade é o setor Industrial, que em 2021 passou a representar 89,6% do Valor Adicionado (VA) total do município, ante 87,8% em 2020.

Por Beatriz Gayoso/Ascom PMC – adaptado pelo Blog do Branco. 

Imagem: Portal Debate. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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